EUA negam plano de saída de tropas do Iraque após carta indicar retirada
Pentágono nega informação; Parlamento iraquiano expulsou forças americanas depois da morte do general Soleimani, do Irã
A coalizão militar liderada pelos Estados Unidos no Iraque anunciou a retirada dos soldados americanos nesta segunda-feira, 6. A decisão surge um dia depois de o Parlamento iraquiano ter aprovado a expulsão desse contingente como represália ao assassinato em Bagdá do general iraniano Qasem Soleimani pelas forças dos Estados Unidos, na sexta-feira 3.
A retirada não será imediata. As tropas americanas da coalizão deverão ser reposicionadas no território do Iraque e, em espaço de tempo não determinado até o momento, deixarão o país. Em carta ao Exército iraquiano, o general comandante da Força-Tarefa Iraque, William H. Seely III, membro dos Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, não explicita o destino desses militares.
“Senhor, em deferência à soberania da República do Iraque e conforme solicitado pelo Parlamento iraquiano e pelo primeiro-ministro, a CJTF-OIR [Força-Tarefa Conjunta Combinada — Operação Resolução Inerente] vai reposicionar forças ao longo dos próximos dias e semanas para se preparar para o movimento de retirada (do país)”, diz Seely na correspondência. “Respeitamos sua decisão soberana de ordenar nossa partida”, acrescentou o comandante.
A autenticidade da carta foi confirmada por um militar iraquiano e por uma autoridade em defesa americana, segundo as agências Reuters e France Press. Mas o conteúdo, porém, foi contestado pelo secretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, e pelo general Mark Milley, chefe do Estado Maior das Forças Armadas, segundo a rede de televisão CNN.
“Estamos reposicionando as forças na região. Esta carta é inconsistente sobre onde estamos neste momento”, afirmou Esper. “(A carta está) mal escrita, implica retirada. Não é isso que está acontecendo”, disse Milley à imprensa.
Segundo o jornal The Washington Post, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos ordenou nesta segunda-feira a preparação de 4.500 marinheiros e fuzileiros navais para o apoio a operações no Oriente Médio.
(Com Reuters)