EUA: Justiça vai divulgar nomes ligados ao bilionário Jeffrey Epstein
Financista se matou em 2019, enquanto aguardava julgamento por acusações federais de comandar esquema de tráfico sexual de menores
A Justiça dos Estados Unidos deve começar a revelar nesta quarta-feira, 3, uma extensa lista de nomes ligados ao financista Jeffrey Epstein, que cometeu suicídio em 2019, aos 66 anos, enquanto aguardava julgamento por acusações federais de comandar um esquema de tráfico sexual de menores e que envolveria magnatas e famosos.
Muitos nomes já foram alçados ao escrutínio público em 2021, durante o julgamento da parceira de Epstein, Ghislaine Maxwell. Ela foi condenada por tráfico sexual e cumpre pena de 20 anos em uma prisão federal americana.
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A abertura de uma série de documentos judiciais faz parte de uma tentativa de encontrar mais respostas para os casos que envolveram Epstein. Uma dezena de mulheres o acusaram de forçá-las a praticarem atividades sexuais com convidados VIP’s em sua ilha particular no Caribe e em suas propriedades em Nova York, Flórida e Novo México.
Em apenas um dos processos, que foi movido contra ele por Virginia Roberts Giuffr, uma de suas principais acusadoras, mais de 150 pessoas foram nomeadas. No entanto, essa listagem que promete abalar as estruturas permanecia lacrada e em sigilo.
Em 2022, o príncipe Andrew, do Reino Unido, chegou a um acordo não revelado com Virginia, que o acusou de abuso sexual, com intermédio de Epstein. O duque de York negou as acusações, mas teve como punição a perda de seus títulos militares e ficou impedido de usar “Sua Alteza Real” em qualquer cargo oficial.
Conexões com famosos
Além da realeza, as conexões de Epstein também envolviam políticos, empresários e muitas celebridades.
Os ex-presidentes Bill Clinton e Donald Trump tiveram vínculos comprovados com Epstein, mas nenhum deles foi acusado de ter ligações com os episódios tratados pela Justiça americana. Um porta-voz de Clinton confirmou que o político voou em um avião privado do financista, mas negou que ele soubesse dos “crimes terríveis” praticados.
Na mesma linha, Trump disse a repórteres que baniu Epstein de entrar em sua propriedade em Mar-a-Lago, sem explicar o motivo do fim da relação entre os dois.
O magnata da tecnologia Bill Gates, visto frequentemente com Epstein a partir de 2011, segundo o New York Times, disse em entrevistas que os encontros eram para discutir esforços filantrópicos, embora lamentasse o convívio. Ele também não foi atrelado a qualquer crime.
Também estão na lista o ator Kevin Spacey, o comediante Chris Tucker, o diretor Woody Allen, entre outros. O milionário costumava fazer grandes festas em suas propriedades e convidar as personalidades para passar finais de semana em suas ilhas particulares. Há muita especulação de que alguns dos seus amigos estivessem, inclusive, envolvidos nos abusos. Epstein, contudo, conseguiu minimizar ao longo dos anos o impacto das investigações e manter os detalhes do caso em segredo.