EUA impõem sanções contra chanceler e juíza da Venezuela
Medida é resposta à prisão de Roberto Marrero, o chefe de gabinete do líder opositor Juan Guaidó, em março
O governo dos Estados Unidos impôs nesta sexta-feira, 26, sanções contra o chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, e a juíza Carol Padilla, responsável por ordenar a prisão de Roberto Marrero, o chefe de gabinete do líder opositor Juan Guaidó, em março deste ano.
“Os Estados Unidos não vão ficar apenas olhando o ilegítimo regime de Maduro privar o povo venezuelano de sua riqueza, sua humanidade e seu direito à democracia”, disse o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.
Como consequência das sanções, ficam congelados os ativos que Arreaza e Padilla têm nos Estados Unidos. Além disso, cidadãos e empresas americanas estão proibidos de fazer transações financeiras com eles.
Washington impulsiona uma série de sanções contra instituições políticas e financeiras da Venezuela no marco de sua campanha pelo reconhecimento do líder parlamentar Juan Guaidó, que em janeiro se proclamou presidente interino ao considerar que o segundo mandato de Maduro iniciado em 10 de janeiro carece de legitimidade.
Arreaza alertou nesta quinta-feira da ONU, em Nova York, que se os Estados Unidos entrarem na embaixada de Caracas em Washington, seu país poderá adotar uma ação recíproca.
Carol Padilla é responsável pelo caso de Roberto Marrero. O opositor foi preso no final de março e, segundo seu advogado, é denunciado pelos crimes de “conspiração, legitimação de capitais, associação criminosa e ocultamento de armas e explosivos”.
O chefe de gabinete de Guaidó também foi acusado pelo governo de Nicolás Maduro de “organizar” uma operação para que mercenários contratados em El Salvador, Guatemala e Honduras cometessem “assassinatos seletivos” e “sabotagens” nos serviços públicos no território venezuelano.
Maduro já chegou a denunciar Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países, de planejar um complô para assassiná-lo.
Além do caso de Marrero, Carol Padilla também cuida dos processos do deputado opositor Julio Borges e do ativista Fernando Albán.
Borges está preso sob acusação de organizar o ataque a uma parada militar encabeçada por Maduro em agosto de 2018.
Albán também era investigado por envolvimento no ataque, mas morreu enquanto estava sob custódia do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) da Venezuela. O regime de Maduro diz que o opositor cometeu suicídio, mas a ONU ainda investiga o caso.
Prisão arbitrária
Nesta sexta, o Parlamento da Venezuela, controlado pela oposição, denunciou a prisão arbitrária do deputado Gilber Caro, que havia sido solto em junho de 2018 após um ano e meio de prisão.
A Assembleia Nacional informou em sua conta no Twitter que Caro foi detido “violando sua imunidade parlamentar”, e não deu mais detalhes sobre a prisão. “Mantemos o regime usurpador responsável pela vida e integridade do deputado”, disse ainda a conta oficial do Parlamento.
Segundo a deputada Adriana Pichardo, do Vontade Popular, mesmo partido de Caro e Guaidó, Caro foi preso por funcionários do Sebin em um restaurante.
Além do opositor, os agentes também detiveram funcionários do local que teriam tentado evitar a prisão.
Caro, deputado pelo estado de Miranda, foi preso pela primeira vez em janeiro de 2017 acusado de cometer crimes de traição à pátria e roubo de efetivos das Forças Armadas. O opositor só foi libertado em junho de 2018, por ordem da Assembleia Nacional.
(Com EFE, Reuters e AFP)