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EUA: Harris certificará vitória de Trump quatro anos após invasão ao Capitólio

Sessão no Congresso marca última etapa do processo eleitoral antes da posse; em 2021, certificação de Biden foi interrompida por vândalos trumpistas

Por Redação Atualizado em 6 jan 2025, 13h06 - Publicado em 6 jan 2025, 11h14

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris. 17/12/2024 (Annabelle Gordon/Getty Images)

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, presidirá nesta segunda-feira, 6, uma sessão conjunta entre a Câmara e o Senado para certificar formalmente a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais americanas, exatamente quatro anos após a invasão da sede do Congresso americano, o Capitólio de Washington, por vândalos apoiadores do republicano, em 2021.

Com um futuro político incerto após perder o pleito para Trump em novembro, Kamala deverá anunciar sua derrota na cerimônia após a contagem dos votos enviados por cada estado americano. Resultados não oficiais mostram que Trump obteve 312 votos no Colégio Eleitoral, contra 226 da vice-presidente.

“A vice-presidente entende que nossa democracia exige que líderes eleitos que tenham feito o juramento sagrado do cargo e cidadãos comuns a preservem ativamente”, disse um assessor de Kamala sobre a certificação dos votos eleitorais.

O que é o Colégio Eleitoral

Para vencer as eleições, os candidatos precisam conquistar a maioria no Colégio Eleitoral, composto de 538 delegados. Cada um dos 50 estados detém um número de “delegados” proporcional à população. Eles são escolhidos por cada unidade federativa. Normalmente, são pessoas “politicamente ativas com empregos diários, administradores municipais ou legisladores estaduais”, de acordo com o Fórum Econômico Mundial.

Ganha, portanto, quem arrematar 270 ou mais delegados. Ou seja, é possível que um candidato ganhe o maior número de votos nacionalmente, como foi o caso de Hillary Clinton em 2016, mas não alcance a presidência, pela falta de delegados suficientes.

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Transferência de poder

A sessão conjunta marca a última etapa do processo eleitoral antes da posse de Trump, marcada para o dia 20 de janeiro, em Washington.

Kamala marcará sua presença na cerimônia de posse com uma mensagem em vídeo, de acordo com a emissora CNN. “A transferência pacífica de poder é um dos princípios mais fundamentais da democracia americana. Tanto quanto qualquer outro princípio, é o que distingue nosso sistema de governo da monarquia ou tirania”, dirá a vice-presidente no vídeo, de acordo com uma transcrição obtida pela CNN.

Certificação dos votos

Durante a cerimônia de certificação, dois senadores e dois integrantes da Câmara serão selecionados para contabilizar os votos dos delegados.

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Após a contagem, a presidente do Senado — função atribuída à vice-presidente dos EUA, segundo a Constituição — anunciará oficialmente os resultados.

O sistema eleitoral dos EUA permite que os votos do Colégio Eleitoral sejam contestados durante o processo de certificação. Segundo o National Archives, qualquer objeção deve ser apresentada por escrito e assinada por, no mínimo, um quinto dos membros do Senado e da Câmara dos Representantes.

As contestações só são aceitas se houver irregularidades na certificação dos delegados de um estado ou na forma como os votos foram realizados.

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Invasão do Capitólio

Em 6 de janeiro de 2021, os apoiadores de Trump invadiram o Congresso na tentativa de barrar a vitória do presidente Joe Biden, resultando na morte de cinco pessoas e mais de 2,8 milhões de dólares em danos. O republicano continua fazendo falsas alegações, sem provas, de que perdeu a eleição de 2020 devido a uma suposta fraude eleitoral.

Durante sua campanha e após vencer o pleito no ano passado, Trump prometeu conceder perdão a alguns dos mais de 1.500 trumpistas acusados de participar da invasão em 2021.

Quatro anos depois, Biden prometeu que não haverá repetição da violência no Capitólio e reforçou a segurança em Washington. O chefe da polícia do Capitólio, Thomas Manger, garantiu na última sexta-feira, 3, que sua equipe de segurança está preparada para garantir uma transição de poder pacífica e para que o “processo legislativo proceda sem interrupção”.