EUA e Coreia do Sul montam plano contra ameaça nuclear da Coreia do Norte
Reunião acontece em meio a tensões elevadas entre Seul e Pyongyang, após suspensão de acordo e distúrbios na fronteira
Autoridades da Defesa da Coreia do Sul e dos Estados Unidos se reuniram em Seul nesta segunda-feira, 10, para acordar novas diretrizes de resposta a um possível ataque nuclear da Coreia do Norte, de acordo com o Ministério da Defesa Nacional sul-coreano.
Durante a terceira reunião do Grupo Consultivo Nuclear, foram estabelecidas políticas e princípios para melhorar a estratégia de dissuasão nuclear “credível e eficaz” entre os aliados. No ano passado, os EUA prometeram informar a Coreia do Sul sobre seu planejamento nuclear para se defender de qualquer conflito com a Coreia do Norte.
“As diretrizes cobrem os princípios e procedimentos para consultas, particularmente numa crise nuclear com a Coreia do Norte, e informam os conceitos e exercícios operacionais da aliança”, disse Vipin Narang, secretário adjunto interino de Defesa para Política Espacial dos EUA que comandou as negociações em Seul.
Políticos de Seul também tentaram negociar o desenvolvimento de armas nucleares na Coreia do Sul, mas Washington se opõe à ideia. A próxima reunião entre os aliados acontecerá nos Estados Unidos no final deste ano.
Ameaça norte-coreana
A reunião acontece em meio a tensões elevadas na região. No início de junho, a Força Aérea dos Estados Unidos realizou uma missão de treinamento sobrevoando a Península da Coreia com um bombardeiro estratégico B-1 ao lado de caças sul-coreanos e americanos. O exercício militar aconteceu um dia após a Coreia do Sul anunciar a suspensão de um pacto militar firmado em 2018 com a sua vizinha do Norte, que visava prevenir confrontos e amenizar as tensões entre os vizinhos. Isso depois de Pyongyang lançar centenas de balões com fezes e lixo através da fronteira sul-coreana.
No ano passado, a Coreia do Norte afirmou que não estava mais “vinculada ao Acordo Militar Norte-Sul” e enviou soldados e armas para a fronteira entre os países. O cancelamento desse pacto permite que Seul conduza treinamentos militares na fronteira e tome “medidas suficientes e imediatas” contra Pyongyang.
Já em maio, a Coreia do Norte tentou lançar um satélite de reconhecimento militar, mas fracassou após um motor de foguete recém-desenvolvido explodir durante o voo. Seul e Washington condenaram o lançamento, classificando-o como uma violação das sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o uso de tecnologia balística no país.
Em resposta à ameaça norte-coreana, o vice-ministro da Defesa da Coreia do Sul, Cho Chang-rae, anunciou que seu país realizará em conjunto com os EUA um exercício militar de preparo para um possível ataque nuclear norte-coreano antes dos treinamentos regulares de verão.
Após a segunda reunião entre os altos funcionários dos EUA e da Coreia do Sul no ano passado, ambos os países alertaram que um ataque nuclear da Coreia do Norte contra os EUA ou algum de seus aliados acarretaria em uma “resposta rápida, esmagadora e decisiva” e no fim do regime de Kim Jong-un.