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EUA: diferença salarial entre homens e mulheres só acaba em 2152

Estudo aponta ainda que, em 2015, as trabalhadoras em tempo integral nos Estados Unidos ganhavam 80% menos que os homens

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 19h05 - Publicado em 8 mar 2017, 07h58

Mesmo após mais de um século de luta por igualdade de condições entre homens e mulheres nos Estados Unidos, elas só deverão ter salários equiparados aos deles daqui a 135 anos, em 2152, segundo projeção divulgada na semana passada pela Associação Americana de Mulheres Universitárias (American Association of University Women – AAUW).

O estudo Simple Truth about the Gender Pay GAP (A Simples Verdade Sobre a Desigualdade Salarial de Gêneros, em tradução livre) aponta que, em 2015, as trabalhadoras em tempo integral nos Estados Unidos ganhavam 80% menos que os homens. Apesar do valor menor, o salário já era reflexo de melhorias constantes para as mulheres no período de 1960 até 2000. Entretanto, desde 2001, observa-se maior lentidão na tentativa de deixar os salários menos desiguais – o que só permitiria que fossem igualados em 2152.

De acordo com o estudo, a diminuição das desigualdades registradas de 1960 em diante estava diretamente ligada ao aumento da escolaridade das mulheres. O estudo mostra que a brecha salarial, o chamado “gap” (em inglês), tem efeitos negativos financeiros duradouros. Em 2015, 14% das mulheres americanas entre 18 e 64 anos de idade, viviam abaixo da linha de miséria, enquanto esse porcentual entre os homens é de 11%.

Mudanças nas estruturas familiares também têm afetado a vida das mulheres. Em 2012, a proporção de mulheres chefes de família atingiu o patamar de 40%. Por isso, diz o documento, os índices de pobreza aumentaram, porque cada vez mais mulheres passam a sustentar sozinhas a família, sem uma melhoria salarial equiparada à condição dos trabalhadores.

Sem igualdade

Em outra estimativa baseada na participação por gênero, o Centro de Pesquisa Pew Reseacher avalia que a participação das mulheres no mercado de trabalho deve atingir o porcentual máximo em alguns anos, mas deve seguir uma tendência de ser sempre minoria e nunca chegar aos 50% da força laboral americana.

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A conclusão do Pew Reseacher baseou-se em números oficiais do Bureau of Labor Statistist. Na análise do centro de pesquisa, a participação de mulheres no mercado vem crescendo e poderá atingir o pico de 47,5% em 2025 e depois começar a diminuir. A pesquisa mostra que o crescimento das mulheres como força de trabalho foi constante até o começo dos anos 2000. Depois iniciou-se um período de estagnação e ligeira queda.

Durante a década de 1960, a força de trabalho das mulheres aumentou, em média, três vezes mais rápido que a masculina. Em 2000, 59,9% das mulheres estavam no mercado de trabalho, contra 37,7% em 1960. Mas após os anos 2000 iniciou-se um declínio. Para os pesquisadores, a principal razão é a maternidade. Mães com filhos menores de 18 anos têm menos possibilidade de ter um trabalho em tempo integral.

Nos Estados Unidos, a educação só é universal e gratuita a partir dos 5 anos, na pré-alfabetização. A mãe que trabalha fora e tem filhos pequenos precisa pagar por serviços de creche ou babás que costumam ser caros no país. Várias mulheres abandonam o trabalho nesta fase ou partem para funções de meio-período, que dificilmente levam a promoções internas nas empresas.

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