EUA demandam ‘pausas reais e longas’ na guerra em Gaza, mas defendem Israel
Secretário de Estado afirma que Tel Aviv precisa fazer mais para enfrentar a crise humanitária em Gaza, mas não violou acordo
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou nesta quarta-feira, 13, que o governo americano quer “pausas reais e prolongadas” nos combates em Gaza para seja possível realizar entregas de ajuda humanitária à população do enclave. O chefe da diplomacia do país afirmou, porém, que a melhor maneira de ajudar os palestinos seria “acabar com a guerra”.
“Precisamos ver pausas reais e prolongadas em grandes áreas de Gaza, pausas em qualquer luta, qualquer combate, para que a assistência possa efetivamente chegar às pessoas que precisam dela”, disse Blinken durante uma coletiva de imprensa em Bruxelas.
“Este deve ser o momento de acabar com a guerra”, enfatizou ele.
No entanto, na terça-feira, após o término do prazo de 30 dias que os Estados Unidos estabeleceram para Israel tomar medidas para lidar com a situação humanitária em Gaza, Washington afirmou que o governo israelense não violou a lei americana e não estava bloqueando a entrega de ajuda aos palestinos.
“Israel, pelos padrões que estabeleceu para si mesmo, atingiu as metas que estabeleceu para si mesmo”, disse Blinken.
Oito grupos de ajuda internacional acusaram Israel de desrespeitar as demandas dos EUA. Especialistas em segurança alimentar disseram que é provável que a fome seja iminente em partes de Gaza.
Blinken defendeu Israel, dizendo que o governo local tomou várias medidas para lidar com a crise humanitária antes do prazo estabelecido pelo governo do presidente Joe Biden, mas que era preciso fazer mais.
Prazo de 30 dias
No mês passado, Blinken e o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, enviaram uma carta a Israel definindo a data de 13 de novembro como prazo para cumprir a lei dos EUA sobre permissão de assistência humanitária, ou sofrer um corte na ajuda militar americana. “A intenção era injetar um senso de urgência em Israel para tomar as medidas necessárias para lidar com a terrível situação humanitária”, disse Blinken na quarta-feira.
Desde então, Israel implementou 12 das 15 etapas que os EUA pediram na ação humanitária, mas “três grandes questões” ainda precisavam ser abordadas.
Promulgar pausas prolongadas na luta foi uma delas. As outras duas envolvem a permissão da entrada de caminhões comerciais no território palestino e revogar ordens de evacuação, para que a população possa retornar às suas casas assim que Israel conclua suas operações em determinada área.
“A menos que a guerra acabe, o que acreditamos ser o momento de avançar para isso, temos que ver essas medidas humanitárias totalmente implementadas”, disse Blinken.
Futuro incerto
Biden, cujo mandato termina em janeiro, quanto será substituído por Donald Trump, tem apoiado Israel constantemente desde que terroristas liderados pelo Hamas atacaram Israel em outubro de 2023.
Trump, um defensor ferrenho de Israel, defende a meta do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de “eliminar totalmente” o Hamas antes que a guerra acabe. O republicano também prometeu trazer paz ao Oriente Médio, mas não especificou como faria isso.