EUA autorizam envio de armas a controverso Regimento Azov, da Ucrânia
Organização, atualmente integrada às Forças Armadas de Kiev, é criticada por exibir símbolos nazistas
![KHARKIV REGION, UKRAINE - JUNE 28: Azov Regiment soldiers walk through a field for tactical training on June 28, 2022 in the Kharkiv region, Ukraine.The Azov Regiment was founded as a paramilitary group in 2014 to fight pro-Russian forces in the Donbas War, and was later incorporated into Ukraine's National Guard as Special Operations Detachment "Azov." The group, which takes its name from the Sea of Azov, has drawn controversy due to its far-right roots, which Russian President Vladimir Putin has tried to exploit to portray his war as a fight against "Nazis." Azov battalion members were among those forced to surrender to Russia at Mariupol's Azovstal steel plant last month, after holding out amid months of intense bombardment, during which time they were celebrated as heroes by their compatriots and Ukrainian President Volodymyr Zelensky. (Photo by Paula Bronstein/Getty Images)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/08/GettyImages-1241600932.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Os Estados Unidos retiraram a proibição de envio de armas e de treinamentos ao Regimento Azov, da Ucrânia, um batalhão que teve papel vital na defesa de cidades como Mariupol, mas é controverso e amplamente criticado. Denominado 12ª Brigada de Forças Especiais Azov, o batalhão foi integrado na Guarda Nacional Ucraniana em 2023,
O anúncio, feito na terça-feira 11, reverte uma medida chamada “Leahy Leahy”, sob a qual os EUA proibiam qualquer assistência militar a unidades estrangeiras responsáveis por violações de direitos humanos, de acordo com o Departamento de Estado americano.
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Em nota, o Regimento Azov disse que a decisão é “uma nova página na história da nossa unidade”.
“A elegibilidade para assistência dos EUA não só aumentará a eficácia de combate, mas, de forma ainda mais importante, ajudará a salvar a vida e a saúde do pessoal da brigada”, diz o texto.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, condenou a decisão, dizendo que os EUA estão “prontos até para flertar com neonazistas”, segundo a agência de notícias estatal russa TASS.
Antes da invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia, em 2022, a organização internacional de direitos humanos Human Rights Watch levantou preocupações sobre o Regimento Azov, citando alegações credíveis de abusos flagrantes feitos por combatentes.
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Símbolos nazistas
O Regimento Azov foi fundado em 2014 por militares de extrema direita com o objetivo de lutar contra soldados separatistas pró-Rússia que se estabeleceram no leste ucraniano, após Moscou ocupar e anexar a península da Crimeia.
Apesar de ser elogiada por parte dos cidadãos ucranianos, a organização, atualmente integrada às Forças Armadas de Kiev, é criticada por exibir símbolos nazistas, como o Wolfsangel, usado por divisões de infantaria da SS, polícia do Estado nazista alemão, e o Sol Negro, presente no logotipo da SS.
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A Rússia cita regularmente as raízes extremistas do batalhão para sustentar seu argumento de que a Ucrânia é controlada por “fascistas”, justificativa que usa para legitimar sua invasão. Em 2022, o mais alto tribunal da Rússia classificou o regime como um grupo terrorista.
A decisão do tribunal de Moscou permite que prisioneiros de guerra sejam julgados sob leis antiterrorismo, mais rigorosas que as convencionais. Por meio desse instrumento legal, os soldados podem ser sentenciados com penas de até 20 anos de prisão.
Justificando a decisão de permitir o envio de armas, o Departamento de Estado dos EUA disse que agentes de desinformação da Rússia “trabalharam ativamente para desacreditar” a unidade.
“Há muito que tentam fundir a Unidade da Guarda Nacional da Ucrânia da 12ª Brigada de Forças Especiais Azov com uma milícia formada para defender a Ucrânia contra a invasão da Rússia em 2014, chamada “Batalhão Azov”, disse um porta-voz do Departamento de Estado. “Essa milícia se desfez em 2015 e a Brigada de Forças Especiais Azov não tem relação com essa milícia.”
O Departamento de Estado “não encontrou provas de graves violações dos direitos humanos” cometidas pela 12ª Brigada de Forças Especiais de Azov.