EUA: após semanas de protestos, Columbia cancela cerimônia de formatura
Campus da universidade americana está em estado de quase lockdown desde a última terça-feira, devido a manifestações ligadas à guerra Israel-Hamas
![NEW YORK, NEW YORK - APRIL 30: Pro-Palestinian protestors hold a rally outside of Columbia University on April 30, 2024 in New York City. The university had limited access to campus to only students residing there and to employees who provide essential services, after protestors took over Hamilton Hall overnight yesterday, dubbing it Hind's Hall in honor of Hind Rajab, the six-year-old Palestinian girl who was killed by the Israeli military in January after being the sole survivor of Israeli tank fire on the vehicle in which she had fled with six relatives. Students had barricaded themselves in the building while others erected another encampment on Lewisohn Lawn outside Lewisohn Hall. The protesters had said they planned on remaining at Hamilton Hall until the university meets their demands. Michael M. Santiago/Getty Images/AFP (Photo by Michael M. Santiago / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2024/05/063_2150904210.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Após semanas de protestos estudantis, a prestigiada Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, anunciou nesta segunda-feira, 6, que vai cancelar sua cerimônia de formatura, que estava marcada para 15 de maio. Ao invés disso, deve realizar eventos menores e separados para cada uma de suas 19 faculdades, fora do campus principal, que está em situação de quase lockdown desde a semana retrasada – quando a polícia de Nova York realizou uma intervenção durante uma manifestação pró-Palestina e prendeu mais de 100 alunos dentro e ao redor da universidade.
Autoridades de Columbia já haviam afirmado que a área é considerada uma cena de crime, e sujeita a investigação, levantando dúvidas sobre como 15 mil formandos e seus convidados celebrariam o fim dos estudos. Nesta segunda-feira, porém, a universidades afirmou que não poderia realizar a cerimônia por motivos de segurança.
“Decidimos que a peça central de nossas atividades de formatura serão nossos dias de aula e cerimônias em nível escolar, onde os alunos são homenageados individualmente ao lado de seus colegas, ao invés da cerimônia (que envolve) toda a universidade que está marcada para 15 de maio”, escreveu a instituição em um declaração, acrescentando que ainda considera “a possibilidade de um evento festivo” na data original.
Em maio, quando ocorrem as cerimônias de formatura no calendário escolar americano, o campus de Columbia normalmente é inundado com arquibancadas e milhares de formandos vestidos com becas azuis e brancas. Então, em um evento que envolve todas as suas 19 faculdades, o reitor da vez ocupa o centro de um grande palco e confere oficialmente os diplomas aos graduados das dezenas de cursos da instituição de ensino.
Tensão nos campi
Outras universidades ao redor dos Estados Unidos onde eclodiram protestos também cancelaram ou alteraram eventos de formatura, temendo que mais manifestações perturbassem e manchassem as cerimônias.
Especialmente na Universidade de Columbia, a forma como a reitoria tem lidado com os manifestantes pró-Palestina, inclusive chamando a polícia para interromper protestos e fazer mais de 200 detenções em dois dias separados, produziu profunda indignação entre muitos estudantes e professores. Autoridades da instituição ficaram preocupadas que a formatura, um evento destinado a unir o campus, o dividisse ainda mais.