EUA anunciam plano de retirada voluntária de cidadãos em Israel após ameaças do Irã
Processo ocorre no sexto dia de conflito, após líder supremo iraniano advertir que intervenção americana traria 'danos irreparáveis'

A Embaixada dos Estados Unidos em Israel anunciou nesta quarta-feira, 18, que está organizando uma retirada voluntária para cidadãos americanos que desejem deixar o país, no sexto dia de confrontos entre Israel e Irã. A operação inclui voos e rotas marítimas, e ocorre em meio à intensificação da crise na região.
O anúncio foi feito pelo embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, que publicou nas redes sociais que a missão diplomática está “trabalhando em retiradas por voos, bem como em barcos”. Diversas nações europeias também iniciaram operações para retirar seus cidadãos do território israelense.
A movimentação internacional acontece após o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, usar a televisão estatal para acusar Israel de agressão e prometer resistência a qualquer tentativa de “impor guerra ou paz” ao Irã. “Os americanos devem saber que qualquer intervenção militar de sua parte implicará danos irreparáveis”, disse ele.
O conflito atual teve início na última sexta-feira, quando Israel lançou ataques contra instalações nucleares iranianas, sob a justificativa de impedir que Teerã avance no desenvolvimento de uma bomba atômica — objetivo negado repetidamente pelo governo iraniano. Desde então, a ofensiva israelense interrompeu as negociações com os Estados Unidos para tentar restaurar um acordo que limitava o programa nuclear em troca de alívio nas sanções econômicas.
O presidente americano, Donald Trump, que já havia afirmado que os EUA poderiam assassinar Khamenei, voltou a adotar um tom ambíguo nesta quarta-feira. “Pode ser que o faça, pode ser que não. Ninguém sabe o que vou fazer”, declarou, em referência a uma possível intervenção direta. Segundo ele, o Irã chegou a sugerir o envio de representantes à Casa Branca para negociar, mas “já é tarde demais”.
Enquanto isso, diversos países europeus estão organizando a repatriação de seus cidadãos. A Alemanha anunciou a retirada de cerca de 200 cidadãos em voos fretados a partir da Jordânia. A Itália prepara operações semelhantes. A Grécia já repatriou 105 pessoas, incluindo familiares e alguns americanos, a partir do Egito. Polônia e Bulgária também iniciaram a remoção de seus nacionais, com voos programados até o fim da semana.