Estudante palestino de Columbia é libertado sob fiança após contestar deportação dos EUA
Universitário foi preso no início deste mês ao comparecer a entrevista para pedido de cidadania americana

O estudante palestino Mohsen Mahdawi, da Universidade Columbia, foi libertado sob fiança nesta quarta-feira, 30, após duas semanas detido por autoridades de imigração dos Estados Unidos. Um juiz federal autorizou que ele responda em liberdade à tentativa de deportação movida pelo governo de Donald Trump, que o acusa de representar risco à política externa americana por participar de manifestações pró-Palestina no campus.
Mahdawi, que cresceu em um campo de refugiados na Cisjordânia mas imigrou para os Estados Unidos há mais de uma década, com permissão de residência permanente, foi preso em 14 de abril ao comparecer a uma entrevista relacionada ao seu pedido de cidadania. Ele estuda em Columbia desde 2021 e foi um proeminente organizador de protestos em devesa dos palestinos, mas se afastou da liderança antes do movimento que levou à invasão do prédio administrativo da universidade, em 2024, segundo seus advogados.
A decisão que garantiu sua libertação partiu do juiz Geoffrey Crawford, que também proibiu sua remoção do país ou até mesmo do estado de Vermont, onde foi detido. Do lado de fora do tribunal, manifestantes agitavam bandeiras palestinas e gritavam palavras de apoio ao jovem.
O Departamento de Segurança Interna e o Departamento de Justiça não comentaram o caso. Já parlamentares de Vermont, incluindo o senador progressista Bernie Sanders, classificaram a conduta do governo Trump como “imoral e vergonhosa”, enfatizando que Mahdawi estava legalmente nos Estados Unidos e exerceu seu direito de livre expressão.
Desde que Trump retornou à presidência, o governo tem direcionado esforços para deportar estudantes estrangeiros envolvidos em atos de solidariedade ao povo palestino. A Casa Branca alega que essas manifestações ameaçam a política externa americana, enquanto opositores denunciam uma violação direta à liberdade de expressão garantida pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA.
O caso de Mahdawi não é isolado. Outros estudantes, como Mahmoud Khalil, também da Universidade Columbia, e Rumeysa Ozturk, da Universidade Tufts, permanecem detidos, mesmo sem acusações criminais formais.