Estátuas da Ilha de Páscoa sofrem ‘danos irreparáveis’ após incêndio
Incêndio causado pelo vulcão Rano Raraku começou na segunda-feira 3 e devastou mais de 100 hectares da ilha, danificando suas famosas estátuas moai
As imponentes cabeças de pedra da Ilha de Páscoa, chamadas de “moai”, e outros elementos arqueológicos foram queimados por um incêndio, informaram autoridades indígenas e chilenas locais na noite de quinta-feira 6.
O incêndio, causado pelo vulcão Rano Raraku, nas proximidades, começou na segunda-feira 3 e devastou mais de 100 hectares da ilha, danificando suas famosas estátuas, criadas por uma tribo polinésia há mais de 500 anos.
Ariki Tepano, que atua como diretor da comunidade indígena Ma’u Henua, que administra o Parque Nacional Rapa Nui, descreveu os danos como “irreparáveis” e alertou que as “consequências vão além do que os olhos podem ver”, em comunicado na quinta-feira. O parque é uma área protegida que exibe o legado da cultura dos indígenas Rapa Nui.
A ilha listada como Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) fica a cerca de 3,5 mil quilômetros da costa do Chile e é a ilha habitada mais remota do planeta. O destino é visitado por viajantes de todo o mundo, principalmente devido aos gigantes monumentos moai.
A subsecretária de Patrimônio Cultural do Chile, Carolina Pérez Dattari, disse que funcionários do Conselho de Monumentos Nacionais (CNM) do país “estão no terreno avaliando os danos” do incêndio às estátuas de pedra sagradas da ilha.
A composição das estátuas pode ser prejudicada pela “exposição a altas temperaturas, que podem criar grandes fraturas que afetam a integridade dos moai”, segundo a CNM.
O parque nacional da ilha possui 386 moai, esculpidos em basalto sólido, e foi fechado para turistas enquanto conservacionistas investigam a extensão das perdas, informou o conselho de Rapa Nui em um post no Facebook.
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Pouco antes de a pandemia de coronavírus interromper o turismo, a Ilha de Páscoa enfrentava uma onda de maus comportamentos de turistas. Há dois anos, um morador de uma ilha chilena foi preso depois que seu caminhão colidiu com uma das figuras de pedra e destruiu seu ahu, ou plataforma.
Polinésios chegaram pela primeira vez em Rapa Nui aproximadamente 900 anos atrás, e há muito tempo deixaram os pesquisadores curiosos sobre as enormes estátuas. Estudos recentes sugerem que os moai podem estar conectadas ao local onde os colonos da ilha encontraram nascentes de água doce.