Estados Unidos evacuam funcionários da embaixada no Sudão
Embaixada em Cartum foi fechada por tempo indeterminado; cidadãos americanos continuam no país, mas não devem receber ajuda do governo
Forças americanas deram início à evacuação de funcionários da embaixada no Sudão em meio à escalada dos conflitos no país. Neste domingo (23), helicópteros do exército dos Estados Unidos retiraram 70 pessoas da capital, Cartum, em voos para um destino não divulgado na Etiópia. Segundo a agência AP, nenhum tiro foi disparado e nenhuma fatalidade foi registrada. A missão diplomática no país africano foi interrompida sem data para retornar. Cidadãos civis americanos continuam no país à espera de evacuação.
Em um pronunciamento agradecendo o trabalho das tropas americanas, o presidente Joe Biden afirmou que está recebendo relatórios regulares sobre a situação no país e sobre esforços para ajudar os cidadãos restantes a sair do Sudão, “na medida do possível”. Pediu ainda pelo fim da violência na região.
A operação americana deve incentivar outras nações ocidentais a retirar seus diplomatas do país. O ministro de assuntos estrangeiros da França afirmou que deve resgatar os funcionários da embaixada o mais rápido possível, mas o jornal inglês The Guardian afirma que a primeira tentativa falhou depois que o comboio francês foi atacado e alguns dos passageiros foram feridos.
A grande dificuldade em realizar as operações de evacuação envolvem o aeroporto de Cartum, que sofreu danos severos desde o início do conflito entre paramilitares e forças do governo. O combate já dura uma semana. As Forças Armadas do Sudão, sob o comando do general Abdel Fatah al Burhan, e unidades paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR), chefiadas pelo vice-presidente do Conselho Soberano, Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, trocaram acusações de provocar o conflito.
Ontem, no sábado (22), civis estrangeiros também começaram a ser evacuados a partir do Mar Vermelho. A expectativa era realizar a operação pelo ar, mas ataques aéreos forçaram a mudança de planos. A ONU tem reforçado pedidos de um cessar-fogo, mas até agora o conflito tem acontecido de forma contínua. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ao menos 300 pessoas morreram e 2600 ficaram feridas.