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Espanha: coalizão com extrema direita não obtém maioria esperada nas urnas

Partido do Povo (PP) apostou em aliança com o radical Vox, mas não conquistou os necessários 176 assentos no Parlamento para contestar o atual governo

Por Da Redação
24 jul 2023, 10h23

O conservador Partido do Povo (PP), da Espanha, conseguiu garantir o maior número de cadeiras no parlamento após as eleições gerais de domingo 23, mas não obteve a maioria necessária para contestar o atual governo, liderado pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Espanhóis (PSOE). A aliança do PP com a legenda de extrema direita Vox deu menos frutos que o esperado, mas ainda assim ampliou as fileiras de parlamentares radicais.

O resultado foi surpreendente, já que todas as pesquisas previam uma vitória enfática da coalizão direitista. Mas, com 100% dos votos apurados, o PP conquistou 136 cadeiras e o Vox, 33 – abaixo das 52 na última eleição –, ficando com sete assentos a menos que o necessário para formar um governo. Já o PSOE ganhou 122 cadeiras, e seu aliado de extrema-esquerda, Sumar, obteve 31.

A contagem mostrou que os blocos de esquerda e direita estão quase lado a lado na corrida para chegar à maioria de 176 cadeiras. Nas próximas semanas, espera-se que a Espanha verá inúmeras negociações enquanto os campos rivais exploram suas opções para o governo.

A lei não estabelece um prazo para o processo, mas se nenhum candidato obtiver a maioria dentro de dois meses após a votação, novas eleições são convocadas.

Na noite de domingo, o líder do PSOE e primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, afirmou que os partidos “reacionários” da direita espanhola fracassaram nas urnas.

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“Ganhamos mais votos, mais assentos e uma parcela maior dos votos do que há quatro anos”, disse ele à multidão reunida em frente à sede da sua sigla, em Madri. “Falhou o bloco retrógrado e reacionário que buscava desfazer os avanços dos últimos quatro anos.”

+ Espanha: a esquerda de pernas quebradas adota um tom apocalíptico

O líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, contudo, disse que pretende formar um governo o mais rápido possível.

“Nosso dever agora é impedir um período de incerteza na Espanha”, declarou. “Como candidato do partido mais votado, acredito que meu dever é abrir o diálogo o mais rápido possível e tentar governar nosso país de acordo com os resultados eleitorais.”

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Sanchez apostou em antecipar a eleição geral para primeiro-ministro depois que o PSOE sofreu uma derrota acachapante nas eleições regionais e municipais em maio. Sua campanha foi baseada em uma narrativa sobre a escolha entre as forças do progresso e as forças do fascismo, representado pelo Vox.

O líder da sigla de extrema direita espanhola, Santiago Abascal, parabenizou o PP pela vitória e lançou acusações contra o atual premiê.

“Apesar de perder a eleição, Pedro Sánchez pode impedir a formação de um novo governo. Pior ainda, Pedro Sánchez pode até continuar como primeiro-ministro com a ajuda de comunistas, partidários da independência [catalã] e terroristas”, alegou, referindo-se aos pequenos partidos separatistas espanhóis, que podem apoiar o líder socialista.

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