Enviada da Otan afirma que conflito em Israel não afeta apoio à Ucrânia
Embaixadora americana da aliança militar, Julianne Smith, disse não enxergar 'quaisquer desafios' para o cumprimento ajuda de US$ 45 bilhões a Kiev
A embaixadora americana na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Julianne Smith, afirmou nesta terça-feira, 10, que a ajuda militar dos Estados Unidos a Israel, atacada pelo grupo terrorista islâmico Hamas no último sábado 7, não prejudicará o auxílio à Ucrânia. Desde a invasão dos soldados russos a Kiev em fevereiro do ano passado, Washington prometeu cerca de US$ 45 bilhões (R$ 227,7 bilhões) ao governo de Volodymyr Zelensky.
“Não prevemos quaisquer desafios a esse respeito”, disse Smith a repórteres. “Suspeito que os Estados Unidos serão capazes de manter o foco na nossa parceria e compromisso com a segurança de Israel, ao mesmo tempo que cumprem os nossos compromissos e prometem continuar a apoiar a Ucrânia enquanto ela defende o seu território e protege todos os valores que todos nós prezamos aqui, em toda a aliança da Otan.”
Apesar do apoio incessante do presidente americano, Joe Biden, à Ucrânia, membros do Partido Republicano na Câmara dos Deputados defendem um dramático corte de gastos no orçamento do país, a começar pela verba destinada a Kiev. Os Estados Unidos ocupam o posto de maior doador individual da guerra, enquanto incentivam que países membros da Otan sigam pelo mesmo caminho.
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“Qualquer financiamento para a Ucrânia deve ser redirecionado para Israel imediatamente”, escreveu o senador Josh Hawley, republicano do Missouri, no X, antigo Twitter.
O ataque surpresa do Hamas a Israel tem sido, então, fonte de preocupação para Zelensky. O líder ucraniano, que declarou apoio a Israel, afirmou que “os propagandistas russos estão se regozijando” com o embate em Gaza e com a possível queda da ajuda militar a Kiev. Ele também acusou o Kremlin de procurar se beneficiar com a destruição na região.
“A Rússia está interessada em desencadear uma guerra no Oriente Médio, para que uma nova fonte de dor e sofrimento possa minar a unidade mundial, aumentar a discórdia e as contradições e, assim, ajudar a Rússia a destruir a liberdade na Europa”, disse ele em comunicado nas redes sociais na segunda-feira 9.
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Ainda na segunda-feira, França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Estados Unidos condenaram as “ações terroristas” do Hamas e se comprometeram a apoiar Israel “na proteção de seu povo”. Além de Biden, a declaração conjunta foi assinada pelo presidente da francês, Emmanuel Macron; pelo chanceler alemão, Olaf Scholz; pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni; e pelo premiê britânico, Rishi Sunak.
Ao colocar o posicionamento em prática, o Pentágono enviou um porta-aviões para o leste do Mar Mediterrâneo, e deve mandar mais munições e outros equipamentos dos arsenais nacionais a Tel Aviv nos próximos dias. A ação é orquestrada a partir de um antigo acordo americano que prevê assistência de segurança a Israel.