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Envenenamento pode ter causado dano mental a ex-espião russo e sua filha

Corte autoriza coleta de sangue para análise por especialistas em armas químicas

Por Da redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h24 - Publicado em 22 mar 2018, 19h44

A Justiça britânica afirmou nesta quinta-feira que a capacidade mental do ex-espião russo Serguei Skripal e de sua filha, Yulia, podem ter sido comprometidas pelo envenenamento com agente químico.

“O efeito preciso da exposição na saúde de longo prazo continua pouco claro, embora exames médicos indiquem que sua capacidade mental possa ter sido comprometida em um grau ainda desconhecido”, afirmou o juiz David Williams, um dos responsáveis pelo caso.

A corte também autorizou a coleta de sangue de Skripal e sua filha para análise por especialistas em armas químicas. O tribunal de Londres teve que autorizar o recolhimento das amostras para a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), porque a gravidade do estado das vítimas os impede de dar o seu consentimento.

Segundo Williams, Skripal e Yulia estão atualmente sedados e tem condição considerada estável, sem perspectiva de alteração no curto prazo. Além disso, afirmou que estão sendo tratados com base na suposição “de que gostariam de ser mantidos vivos”.

Skripal, de 66 anos, e Yulia, de 33, estão hospitalizados em estado grave desde 4 de março, quando foram encontrados inconscientes em um banco do lado de fora de um centro comercial na cidade de Salisbury, no sul da Inglaterra. O governo britânico responsabiliza a Rússia pelo ataque.

O ex-espião denunciou dezenas de agentes russos à inteligência estrangeira até ser preso pelas autoridades russas em 2004. Ele foi condenado a 13 anos de prisão em 2006, mas em 2010 recebeu refúgio no Reino Unido depois de ser trocado por espiões russos.

Alta médica

O policial britânico Nick Bailey, que também foi contaminado com o agente químico que envenenou o ex-espião, recebeu alta nesta quinta-feira no hospital de Salisbury (Inglaterra), onde estava internado desde no último dia 4 de março.

A diretora do centro médico, Cara Charles-Barks, informou que o estado de saúde do policial melhorou nos últimos dias, e se recusou a oferecer mais detalhes sobre o tratamento por razões de confidencialidade.

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Desde que aconteceu o ataque contra o antigo espião russo, que foi recrutado para trabalhar para a inteligência britânica, 48 pessoas receberam conselho médico diante da possibilidade de haverem entrado em contato com a substância química.

Segundo o governo britânico, trata-se de um potente agente de uso militar manufaturado pela Rússia.

(Com Reuters e EFE)

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