Envelhecimento populacional é ‘bomba-relógio’ para crescimento do PIB, alerta relatório
Queda na proporção de pessoas em idade ativa pode frear PIB per capita, ao passo que políticas de incentivo à natalidade não geraram mudanças sustentadas
Os países precisam tomar decisões urgentes para evitar que a desaceleração do crescimento populacional e o aumento da expectativa de vida causem danos econômicos de longo prazo, alertou o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD) em relatório anual divulgado nesta terça-feira, 25. O envelhecimento já dificulta o desenvolvimento econômico em uma série de nações — em especial, na Europa emergente — e a queda na proporção de pessoas em idade ativa pode frear o crescimento anual do PIB per capita.
“Já hoje, a demografia está corroendo o crescimento do padrão de vida e será um obstáculo para o crescimento do PIB no futuro”, advertiu Beata Javorcik, economista-chefe do BERD, à agência de notícias Reuters.
O levantamento indicou que, caso nenhuma medida seja adotada para reverter o panorama atual, o PIB per capita corre reduzirá em quase 0,4 ponto percentual por ano entre 2024 e 2050. Na Europa, a situação é particularmente preocupante nas nações pós-comunistas, que “estão envelhecendo antes de enriquecer”, com a idade mediana em 37 anos em um contexto em que o PIB per capita médio é de US$ 10.000. Trata-se de um quarto do valor registrando quando essa idade mediana foi atingida nas economias avançadas na década de 1990.
O problema é reflexo da queda na taxa de natalidade — que, segundo o relatório, se dá devido a uma gama de fatores, de mudanças nas normas sociais à redução dos rendimentos da carreira das mulheres quando se tornam mães. Em paralelo, as políticas de incentivo lançadas por vários países-membros do BERD não produziram uma mudança significativa e sustentada.
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O que fazer então?
A migração controlada seria um caminho para aplacar o inverno demográfico, e o consequente efeito negativo na economia. O relatório mostra, contudo, que a migração para contrabalançar a queda da natalidade não é politicamente aceitável na maioria dos países. Ao mesmo tempo, grande parte dos cidadãos é “ambivalente” sobre o aumento do uso da inteligência artificial (IA) para melhorar a produtividade. O caminho, analisa Javorcik, é aumentar a duração da jornada de trabalho, a requalificação profissional e reformas nos planos de previdência.
“O que precisamos é ter uma conversa madura com os eleitores sobre a situação atual, porque as pessoas tendem a subestimar o significado das tendências demográficas”, disse ela. “Precisamos informar – em particular – os eleitores mais jovens, porque são eles que irão arcar com o ônus dos regimes de pensões de repartição simples.”
Nenhuma das medidas para compensar a queda da natalidade é popular entre políticos, que também estão cada vez mais velhos e, por isso, tendem a favorecer a proteção das pensões e a restrição da imigração, de acordo com o BERD. Na economia média global, um líder tem 60 anos, o que representa 19 anos a mais que a mediana da idade adulta. Essa diferença disparou nas autocracias para 26 anos em 2023.
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