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Embaixador da Palestina no Brasil diz que “terrorista” é o Estado judeu

Em entrevista a VEJA, Ibrahim Alzeben afirma também que respeita mas discorda da declaração do presidente Lula sobre os ataques a Israel

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 out 2023, 15h13 - Publicado em 11 out 2023, 12h11

O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben, acompanha da Cisjordânia a contraofensiva de Israel na Faixa de Gaza, após o grupo terrorista Hamas invadir o Estado judeu no último sábado, bombardear, sequestrar e matar centenas de civis. Em entrevista a VEJA, Alzeben diz que os palestinos são contra a violência e que, há décadas, apenas se defendem das agressões que sofrem. Na versão do diplomata, o terrorismo parte de Israel. “Quem está praticando a violência é Israel, desde 1948, forçando os palestinos a viver em campos de refugiados”, afirmou.

Como o senhor analisa os ataques do Hamas contra Israel e de Israel contra Gaza? É uma situação dramática. Não tem como comparar as duas atividades bélicas. Gaza é uma terra arrasada, é uma terra queimada. A guerra sempre traz vítimas e isso foi o que tratamos de evitar quando assinamos os acordos de paz com Israel. Esta é uma guerra de agressão que Israel praticou desde 1948. A paz é a solução.

Os palestinos apoiam as ações terroristas do Hamas contra Israel? Nós não apoiamos a violência. Nós entendemos que a paz é a única solução para o conflito. As armas só trazem miséria, destruição e ódio.

Mas os ataques que fizeram centenas de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças, partiram do Hamas. O povo palestino é refém dessa guerra. Que fique bem claro: isso é uma continuidade de um processo que começou em Israel em 1948. Isso é uma guerra indiscriminada que está comprometendo a nossa existência e comprometendo a paz.

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Entre as vítimas, há dois brasileiros mortos e um desaparecido. Isso é lamentável. Nossas condolências às famílias dos turistas que estavam visitando o território, a terra santa. Entendi que eram turistas, e queremos realmente que os brasileiros venham nos visitar em tempo de paz.

Sem citar o nome do Hamas, o presidente Lula considerou a ação do grupo como terrorista. Nós respeitamos a soberania de todos os países, o Brasil é um país amigo e simplesmente respeitamos. Não compartilhamos, mas respeitamos a soberania, mas, para nós, o que está acontecendo na Palestina é um terrorismo de estado contra palestinos, praticado por Israel. O Brasil reconhece que a solução está baseada em dois estados, para dois povos.

Matar ou decapitar crianças é algo justificável em alguma situação?  Eu acredito que isso é fake news. Eu vi muitas fotos montadas. Guerra sempre traz vítimas. Lamentamos a morte… de qualquer civil, seja homem, seja idoso, seja mulher, seja criança.

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Há cenas de homens do Hamas caçando pessoas no meio do deserto, matando, sequestrando…. Nós lamentamos a morte de qualquer civil. Não aprovamos, como autoridade nacional palestina, a violência como método para resolver. Só que muitas vezes o povo palestino foi obrigado a se defender.

Diante do que o senhor está dizendo, parece que esses ataques do Hamas são, no mínimo, justificáveis. Não, não, não, não. Não se trata disso e, por favor, não coloque palavras na minha boca. Nós não aprovamos a violência de nenhuma maneira. A violência não pode ser um método para resolver a questão palestina. Quem está praticando a violência é Israel, desde 1948, forçando os palestinos a viver em campos de refugiados.

O senhor vê risco da guerra se estender para outros países do Oriente Médio, na medida em que o Hezbollah também atacou Israel a partir do Líbano? Eles foram atacados faz dois dias. O Hezbollah parece que respondeu e advertiu que não vai permitir agressões. A solução é bem clara. A comunidade internacional, ao invés de estar alimentando este conflito — estou me referindo particularmente aos Estados Unidos — , deve se esforçar para apagar o fogo. É hora de pôr fim a este conflito. Israel e Palestina devem coexistir em paz, harmonia e cooperação.

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