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Em tom de despedida, Biden diz na ONU que crises globais ‘podem melhorar’

No último discurso como presidente americano, ele abordou as guerras na Ucrânia e em Gaza recorrendo à história para sublinhar que progresso é possível

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 set 2024, 12h07

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, abriu seu discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas nesta terça-feira, 24, traçando paralelos entre os conflitos que assolam o mundo hoje, como as guerras Rússia-Ucrânia e Israel-Hamas, e aqueles em vigor quando ele entrou na política, há mais de 50 anos, incluindo a guerra do Vietnã.

“As coisas podem melhorar. Nunca devemos esquecer isso. Eu vi isso ao longo da minha carreira”, enfatizou. “Como líderes, não temos o luxo de reagir com desespero às dificuldades do mundo. Talvez por tudo o que vi e fizemos juntos ao longo das décadas, eu tenha esperança. Sei que há um caminho a seguir”, explicou.

Ucrânia

O chefe da Casa Branca prometeu apoiar a Ucrânia até a vitória em sua guerra contra a Rússia. Desde que o conflito começou. há mais de dois anos, aliados dos Estados Unidos, parceiros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e mais de 50 nações se levantaram saíram em apoio a Kiev, segundo ele.

“Mais importante, o povo ucraniano se levantou”, disse Biden. “A boa notícia é que a guerra de Putin falhou, assim como seu objetivo principal. Ele queria destruir a Ucrânia, mas a Ucrânia ainda é livre. Ele queria enfraquecer a Otan, mas a Otan está maior, mais forte, mais unida do que nunca, com dois novos membros, Finlândia e Suécia.”

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“Mas não podemos desistir”, acrescentou o presidente — uma alusão ao futuro incerto do apoio à Ucrânia tanto nos Estados Unidos, onde o ex-presidente Donald Trump busca outro mandato e pode implementar cortes sérios na ajuda militar e financeira americana, quanto em todo o mundo.

Israel

Biden também lamentou o número de mortos e os impactos a civis inocentes de ambos os lados do conflito Israel-Hamas. Em referência às centenas de pessoas mortas durante o ataque do grupo terrorista palestino a comunidades do sul israelense e aos reféns mantidos em cativeiro em Gaza, Biden afirmou que suas famílias “estão passando pelo inferno”

“Civis inocentes em Gaza também estão passando pelo inferno. Milhares e milhares mortos, incluindo trabalhadores humanitários. Muitas famílias deslocadas, aglomeradas em tendas, enfrentando uma situação humanitária terrível”, descreveu.

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Sobre um possível acordo de cessar-fogo, ainda em negociação, Biden disse: “Agora é a hora das partes finalizarem seus termos, trazerem os reféns para casa e garantirem a segurança de Israel e Gaza livre do Hamas, aliviar o sofrimento em Gaza e acabar com esta guerra.”

Clima e IA

Elogiando seu próprio governo, Biden afirmou que fez enormes esforços para combater as mudanças climáticas, eliminar a fome no mundo e aproveitar o poder da tecnologia para o bem. Após fazer referência a medidas como o fornecimento de vacinas cruciais para a África, Biden falou que há uma série de benefícios e desafios que vêm do avanço da inteligência artificial.

“Também temos a responsabilidade de preparar nossos cidadãos para o futuro”, disse ele. “Veremos mais mudanças tecnológicas, eu argumento, nos próximos dois a 10 anos, do que vimos nos últimos 50.”

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“A inteligência artificial vai mudar nossos modos de vida, nossos modos de trabalho, nossos modos de guerra”, disse Biden, acrescentando que isso também “poderia tornar nossas vidas melhores” ou “trazer riscos profundos”, citando desinformação, novos patógenos e armas biológicas.

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