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Em projeto polêmico e sem precedentes, México vai às urnas neste domingo para eleger juízes

Segundo o Instituto Eleitoral Nacional do México, a participação neste domingo deve estar abaixo de 20%

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 jun 2025, 08h14 - Publicado em 1 jun 2025, 08h09

Os eleitores mexicanos estão diante de uma complexa tarefa: eleger mais de 2.500 juízes, incluindo para a Suprema Corte do país, na primeira eleição para magistrados, neste domingo, 1. Trata-se de uma experiência democrática pouco vista, mas que parece não ter recebido suporte da população — segundo o Instituto Eleitoral Nacional do México, a participação deverá estar abaixo de 20%. Um do motivos é a escassez de informações sobre os candidatos, que não podem ser apoiados por partidos durante a campanha.

Como resultado, aqueles que tentam um espaço no Judiciário recorrem às redes sociais e à entrega de panfletos nas ruas. Nem mesmo as emissoras de rádio e televisão estão permitidas a exibir propagandas eleitorais. Uma das preocupações dos críticos está voltada para a possibilidade de que juízes com baixa qualificação ocupem importantes cargos em cortes pelo país. Os apoiadores, por outro lado, alegam que a reforma permitirá a redução da corrupção no sistema e reduzirá a sensação de impunidade.

Na encruzilhada, os mexicanos estão no escuro. Uma pesquisa realizada pela agência de pesquisa de opinião pública Enkoll, sob encomenda do jornal espanhol El País e pela W Rádio, mostrou na segunda-feira, 26, que cerca de 72% dos 1.000 eleitores entrevistados acreditam eleição judicial era necessária, mas apenas 23% deles sabia quem eram os candidatos. O sistema implementado só é comparado ao da Bolívia, onde eleitores escolhem apenas magistrados de tribunais superiores, enquanto em alguns estados dos Estados Unidos e da Suíça a população escolhe juízes para tribunais inferiores.

“Não acredito que as pessoas tenham conseguido descobrir quem são os candidatos e o que cada tipo de cargo realmente faz”, disse Marlene León Fontes, da Iniciativa Sinaloa, uma organização da sociedade civil, ao jornal britânico The Guardian. “As pessoas votam com base em conexões pessoais ou partidos políticos. É um encontro às cegas com a democracia.”

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Disputa por poder

No ano passado, o partido governista, o Morena, e seus aliados conseguiram alterar a Constituição do país para aprovar a reestruturação do judiciário. A ideia foi proposta pelo ex-presidente Andrés Manuel López Obrador e defendida por sua sucessora, a atual presidente Claudia Sheinbaum. Analistas argumentam que o pleito politizará os tribunais e que o partido governista Morena, que já controla a presidência e o Congresso, conseguirá arrematar ainda mais poder.

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Embora apoiadores da reforma se queixem da corrupção entre juízes, nada impede que figuras controversas lancem candidaturas para cargos-chave — e, quem sabe, vençam. A organização civil Defensorxs identificou uma série de aspirantes aos tribunais como de “alto risco”, incluindo um advogado que foi conselheiro de El Chapo, maior traficante da história do México, e um ex-promotor estadual em Michoacán acusado de envolvimento no assassinato de dois jornalistas.

Ao todo, estão em disputa quase 880 postos para juízes federais, de tribunais distritais à Suprema Corte. Além deles, 19 dos 32 estados do país elegerão magistrados locais para preencher cerca de 1.800 vagas. Há muito em jogo, e mais de 7.700 candidatos entraram no tabuleiro político em busca da vitória. Ainda não se sabe, contudo, quem receberá um xeque-mate: a corrupção ou a democracia mexicana. 

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