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Em meio a impasses, Irã e EUA retomam negociações sobre acordo nuclear em Roma

Autoridades americanas afirmam que o Irã não pode continuar enriquecendo o urânio, enquanto o país insiste que questão é inegociável

Por Sara Salbert Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 Maio 2025, 09h43 - Publicado em 23 Maio 2025, 09h42

Negociadores dos Estados Unidos e do Irã se reuniram nesta sexta-feira 23, em Roma, para dar início à quinta rodada de negociações em torno do rápido avanço do programa nuclear iraniano. O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, e o enviado especial do presidente Donald Trump ao Oriente Médio, Steve Witkoff, iniciaram as discussões às 8h00, no horário de Brasília, segundo a agência oficial de notícias iraniana IRNA. 

As negociações, que começaram em abril, são mediadas pelo Omã e representam o contato entre funcionários de maior escalão dos dois países desde que os Estados Unidos abandonaram unilateralmente acordo nuclear de 2015.

Impasse entre os países

O principal ponto de impasse continua sendo o enriquecimento de urânio — processo essencial para fins civis, como geração de energia, mas que pode ser utilizado para a produção de armas nucleares quando atinge níveis mais altos de pureza. Teerã insiste que esse direito é garantido pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e o considera inegociável.

Enquanto as autoridades americanas afirmam que o Irã não pode continuar enriquecendo o urânio, Teerã entra nas negociações com o objetivo de obter alívio das sanções econômicas impostas pelos norte-americanos, que remontam ao fim da década de 1970.

Desde que Trump retirou unilateralmente os EUA do acordo nuclear de 2015, durante seu primeiro mandato, os EUA reimpuseram duras sanções ao Irã. Em resposta, Teerã aumentou a produção de urânio acima dos limites permitidos e passou a condicionar qualquer retorno ao pacto à suspensão das punições econômicas. O país nega que tenha a intenção de desenvolver armas nucleares e afirma que seu programa é exclusivamente pacífico.

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O avanço do programa nuclear iraniano, no entanto, tem alarmado a comunidade internacional. De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o país já acumula cerca de 200 quilos de urânio enriquecido a até 60%, quantidade suficiente para produzir até quatro armas nucleares, dependendo do nível de pureza. “Eles estão pisando no acelerador”, alertou Rafael Grossi, diretor da AIEA, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos.

Negociações

As discussões nucleares ocorrem em clima de ameaça, uma vez que Trump prometeu bombardear o Irã caso as conversas fracassem.

A última rodada de negociações sobre um acordo nuclear aconteceu em Mascate, capital de Omã, e terminou com uma divergência pública sobre o enriquecimento de urânio.

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Antes das negociações de sexta-feira, o ministro Araghchi afirmou que “segue havendo diferenças fundamentais” e advertiu que, se o governo americano quiser impedir o Irã de enriquecer urânio, “não haverá acordo”.

Na semana passada, o presidente americano afirmou que Washington está “muito perto” de chegar a um acordo nuclear com o Irã, reiterando que o país “não pode ter uma arma nuclear”.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, por sua vez, afirmou na terça-feira que não espera que negociações com os Estados Unidos em torno do programa nuclear iraniano “cheguem a uma conclusão”. Segundo ele, as exigências de Washington são “um grande erro” e tornam inviável qualquer avanço diplomático.

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