Em livro, Hillary lista culpados por derrota para Trump
Democrata escreveu que o atual presidente americano é incompetente, indigno e "mentiroso" sexista
Por Da redação
Atualizado em 14 set 2017, 09h15 - Publicado em 14 set 2017, 09h13
“Donald, aqui é a Hillary”. Essa foi a primeira frase que a então candidata democrata Hillary Clinton disse após ligar e reconhecer a derrota para o recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na madrugada do dia 9 de novembro de 2016. A conversa “foi misericordiosamente breve”, escreveu no livro de memórias chamado “What Happened” (O que aconteceu, em tradução livre), recém-lançado nos EUA.
No livro, Hillary assume algumas culpas pela derrota, como não ter percebido que era vista como a candidata do establishment político, mas distribui muitas outras aos adversários. O alvo principal, claro, é Trump.
Em entrevista ao jornal “USA Today“, ela disse acreditar em um entendimento de algum tipo, ou como comunicação direta, entre a equipe de Trump e a Rússia. “Não há dúvida, na minha cabeça, de que tem um emaranhado de relações financeiras entre Trump e sua operação com dinheiro russo”.
A conversa com o jornal foi publicada apenas horas antes do lançamento do livro de memórias da democrata. Os laços entre a campanha de Trump e o governo russo estão sob investigação do procurador especial Robert Mueller e de várias comissões do Congresso americano.
Pelo Twitter, o atual presidente respondeu à adversária: “A Hillary trapaceira culpa a todos (e a tudo), exceto ela mesmo pela derrota na eleição. Ela perdeu os debates e perdeu a direção!”.
As declarações de Hillary em diferentes entrevistas junto com o lançamento de seu livro buscam amplificar a mensagem de suas confissões de campanha: a de que uma série de forças externas conspirou para evitar que ela se tornasse a primeira mulher presidente dos EUA.
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O diretor do FBI e Bernie Sanders
Entre essas forças, a ex-candidata aponta a incansável investigação por parte do FBI sobre seus e-mails. O exemplo que usa é o anúncio feito pelo então diretor do órgão, James Comey, apenas 11 dias antes da eleição, de que a agência estava reabrindo a investigação sobre o uso de uma conta de e-mail e de um servidor privados durante sua gestão no Departamento de Estado.
“Depois da carta, meus números caíram, enquanto tentávamos resolver tudo, mas e não tínhamos tempo”, completou.
Hillary também reclamou de seu oponente democrata, o pré-candidato Bernie Sanders, por nunca tê-la apoiado de verdade. “Não tive nada parecido com respeito da parte de Sanders, nem de seus simpatizantes. E isso dói”, desabafou ela ao podcast Pod Save America.
Apesar da derrota nas eleições de novembro, a democrata garante que não vai sair de cena rumo ao ostracismo. Hillary fará um tour de lançamento, com 15 paradas, não apenas para alavancar as vendas, mas para se manter como uma proeminente figura da vida política americana.
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Intimidade
Nas memórias, ela assume sua parcela de responsabilidade pela derrota. “Meus erros me queimam por dentro”, escreve Hillary, que também dá uma amostra rara um lado pessoal mais vulnerável, ao descrever sua fossa pós-eleitoral.
Ela admitiu que não há um único dia em que não pense no motivo de sua derrota e que não tenha a sensação dolorosa de que decepcionou todo o mundo. “Vai ser doloroso por algum tempo”, completa.
‘Em estado de choque’
Hillary não recua em sua crítica a Trump, a quem chama de incompetente, indigno e “mentiroso” sexista no livro. Em outro momento de exposição pessoal, ela conta que esperava uma vitória fácil e que ficou em “estado de choque” na noite da eleição.
Para se recuperar, recusou-se a tomar antidepressivos e a fazer terapia, mas bebeu “sua cota justa” de “Chardonnay”. Além disso, buscou abrigo na família.
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“As pessoas estão cansadas. Alguns estão traumatizados, e outros querem manter o foco na investigação sobre a interferência da Rússia nas eleições”, acrescenta. “Eu entendo tudo isso. Mas é importante entender o que realmente aconteceu. Porque é a única maneira de evitar que aconteça de novo”.
(Com AFP)
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