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Em Haia, Israel diz que acusação de genocídio é ‘distorção da verdade’

Caso apresentado pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ) pede que exército israelense suspenda atividade em Gaza imediatamente

Por Da Redação
Atualizado em 7 Maio 2024, 16h26 - Publicado em 12 jan 2024, 09h15

Tal Becker, conselheiro jurídico do Ministério das Relações Exteriores de Israel, disse nesta sexta-feira, 12, que a acusação de genocídio apresentada pela África do Sul à Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, é “malévola” e distorceu a verdade.

O caso afirma que, durante a guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza, Tel Aviv comete genocídio contra o povo palestino. A África do Sul argumenta que Israel violou a Convenção sobre o Genocídio de 1949, da qual ambos os estados são signatários. Além disso, pede que o tribunal ordene Tel Aviv a interromper imediatamente sua atividade militar.

+ Brasil declara apoio à denúncia contra Israel por genocídio em Gaza

[O caso] apresentou um quadro factual e jurídico profundamente distorcido, e depende de uma descrição deliberadamente curada, descontextualizada e manipuladora da realidade”, disse Becker, acrescentando que embora o sofrimento dos civis fosse “trágico”, o Hamas procurou “maximizar os danos a civis, tanto israelenses como palestinos, mesmo quando Israel procura minimizá-los”.

A CIJ é o tribunal superior das Nações Unidas, destinado a julgar crimes de guerra e contra a humanidade. Suas decisões são, teoricamente, juridicamente vinculativas para os signatários da corte – tanto Israel e África do Sul o são –, ou seja, deveriam produzir consequências. No entanto, as determinações do tribunal não são executáveis.

Clima de tensão

Nesta sexta-feira, Israel faz sua defesa ao tribunal, um dia depois da África do Sul ter apresentado o caso, quando disse que a “intenção genocida” de Israel era evidente devido à sua conduta militar. Do lado de fora da corte, a polícia instalou cordões de segurança para garantir que os grupos rivais permaneçam distantes uns dos outros.

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De um lado, manifestantes agitam bandeiras palestinas, observando a tela que transmite uma transmissão ao vivo do tribunal. Alguns levam também cartazes com fotos de Nelson Mandela, pretendendo traçar um paralelo entre a situação em Gaza e a antiga era do apartheid na África do Sul, que trouxe o caso à justiça internacional.

+ Chanceler britânico teme que Israel haja violado lei internacional em Gaza

A algumas centenas de metros de distância, apoiadores de Israel montaram uma mesa simbólica do Shabat e, em cadeiras, afixaram fotografias de alguns dos 130 israelenses que ainda são mantidos como reféns em Gaza pelo Hamas.

A guerra

Israel trava uma guerra contra o grupo terrorista palestino Hamas desde 7 de outubro, quando centenas de militantes invadiram o sul do país, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando outras 240.

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+ Sem anestesia, mais de 10 crianças perdem as pernas todos os dias em Gaza

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, por sua vez, contabilizou mais de 23.350 mortos desde o início dos ataques israelenses – quase 70% deles mulheres e crianças.

Uma decisão final sobre o possível genocídio poderá levar anos, embora o tribunal possa tomar uma decisão mais célere que o normal para que Israel suspenda a sua campanha militar contra Gaza.

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