Em exibição de poderio tecnológico, China dobrará área de estação espacial
Objetivo de Pequim é contestar o domínio americano do espaço e se apresentar como alternativa enquanto estação da NASA se aproxima do fechamento
A China informou nesta sexta-feira, 6, que planeja dobrar o tamanho de sua estação espacial de três para seis módulos, oferecendo a astronautas estrangeiros uma plataforma alternativa para missões na órbita da Terra. A decisão ocorre enquanto a Estação Espacial Internacional (ISS), liderada pela agência americana NASA, se aproxima do fim da vida útil.
De acordo com a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST), a vida operacional da estação espacial chinesa será de mais de 15 anos, um aumento em relação ao 10 anunciados anteriormente. Conhecida como Tiangong, ou Palácio Celestial em mandarim, a estação está totalmente operacional desde o final de 2022, acolhendo até três astronautas a uma altitude orbital de 450 km.
Mesmo com a expansão, Tiangong ainda terá apenas 40% da massa da ISS, que pode acomodar uma tripulação de sete astronautas. Porém, a estação da NASA, em órbita há mais de duas décadas, deve ser desativada após 2030, mesmo ano em que a China prevê se tornar “uma grande potência espacial”.
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Quando Tiangong se tornou totalmente operacional, enquanto a ISS se aproxima da aposentadoria, a China disse que “vários países” pediram para enviar seus astronautas para lá. Mas, num golpe às aspirações de Pequim sobre diplomacia espacial, a Agência Espacial Europeia (ESA) voltou atrás em relação a um plano para uma visita de astronautas europeus.
“Desistir da cooperação com a China no domínio espacial tripulado é claramente míope, o que revela que o confronto liderado pelos Estados Unidos levou a uma nova corrida espacial”, escreveu o tabloide chinês The Global Times.
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A estação espacial chinesa se tornou um emblema da crescente influência e confiança da China nos seus esforços espaciais, e um desafio aos Estados Unidos no domínio do espaço. Pequim é proibida pela lei de qualquer colaboração, direta ou indireta, com a NASA.
A Rússia, participante na ISS, tem planos de diplomacia espacial semelhantes, sugerindo que os parceiros do grupo Brics poderiam construir um módulo novo. A Roscosmos, a agência espacial russa, disse no ano passado que estava planejando construir uma estação espacial composta por seis módulos que poderiam acomodar até quatro astronautas.