Em data de visita de Xi Jinping, Ucrânia ataca Moscou pelo terceiro dia consecutivo
Presidente chinês chega à capital russa para marcar o 80º aniversário da vitória da União Soviética e seus aliados sobre a Alemanha nazista

A Ucrânia lançou um ataque de drones contra Moscou pelo terceiro dia consecutivo nesta quarta-feira 7, horas antes da chegada do presidente chinês Xi Jinping na capital russa para marcar o 80º aniversário da vitória da União Soviética e seus aliados sobre a Alemanha nazista na II Guerra Mundial (1939-1945).
A maioria dos aeroportos da capital russa fechou durante a madrugada devido ao ataque, e as companhias aéreas russas foram forçadas a cancelar muitos voos. O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, disse que unidades de defesa aérea russas destruíram pelo menos catorze drones ucranianos durante a madrugada.
“O regime de Kiev continua a demonstrar sua essência, sua propensão para atos terroristas”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, após os ataques.
As autoridades ucranianas, por sua vez, disseram na quarta-feira que a Rússia lançou um ataque aéreo contra Kiev e outras cidades ucranianas durante a noite, matando uma mãe e seu filho na capital do país.
Visita de Xi Jinping
Xi chega em Moscou nesta quarta-feira para uma visita de quatro dias, durante os quais deve assinar vários acordos para aprofundar parceria estratégica “sem limites” com a Rússia — que tem na China seu maior parceiro comercial.
Quando perguntado sobre os ataques contra Kiev e Moscou, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês afirmou que a “prioridade máxima” é evitar uma escalada nas tensões, sem mencionar a viagem de Xi.
Comemoração do Dia da Vitória
O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na semana passada uma trégua unilateral de três dias, de 8 a 10 de maio, devido à comemoração do Dia da Vitória, que contará com a presença de quase 30 líderes estrangeiros, incluindo o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
Para os russos e muitos outros povos da antiga União Soviética, 9 de maio é a data mais sagrada do calendário. O Kremlin disse na quarta-feira que a Rússia estava fazendo todo o necessário para garantir a segurança do evento.
No entanto, não há indícios de que a Ucrânia aceitará um acordo. O presidente do país, Vololdymyr Zelensky, rejeitou a proposta como uma manobra “pouco séria” para garantir a tranquilidade das celebrações do feriado de 9 de maio.
O líder da Ucrânia pediu trinta dias de pausa nas hostilidades, o que o Kremlin nega por demandar mais negociações. Em meio à queda de braço, os Estados Unidos vêm pressionando Moscou a concordar com uma trégua mais longa, embora o presidente americano, Donald Trump, tenha expressado apoio tácito ao plano do Kremlin.
Na terça-feira, o governo russo afirmou ainda estar disposto, apesar dos disparos de drones contra a capital, a implementar o cessar-fogo entre 8 e 11 de maio. Mas reiterou que responderá caso seja atacado pelo vizinho.