Eleitores da Flórida recebem e-mails com ameaças para votar em Trump
Mensagens são supostamente ligadas a grupo supremacista branco e identificam destinatários por nome e endereço
Autoridades da Flórida investigam a origem de uma série de e-mails enviados a eleitores registrados como democratas que exigem, em tom ameaçador, o voto no presidente Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, em 3 de novembro. As mensagens foram supostamente enviadas pelo grupo extremista “Proud Boys“.
O conteúdo dos e-mails, divulgado pela imprensa local, diz, após identificar o destinatário com nome e endereço: “Temos todas as suas informações. Você está registrado como democrata (…) Vai votar em Trump no dia das eleições ou vamos atrás de você”.
E conclui: “Saberemos em qual candidato você votou. Eu, no seu lugar, levaria isto muito a sério”.
A polícia do condado de Alachua, no norte da Flórida, afirmou estar a par de um e-mail “supostamente dos Proud Boys” e que está investigando, juntamente com a autoridade eleitoral da Flórida e o FBI, polícia federal americana.
“Este e-mail parece ser uma fraude e vamos iniciar uma investigação sobre sua origem com a assistência de nossos parceiros em nível federal”, escreveu a polícia no Facebook.
O jornal local Miami Herald reportou que estudantes da Universidade da Flórida receberam as mensagens, enviadas por um remetente que usava o nome do grupo.
Os Proud Boys, identificados como um grupo de ódio extremista pela organização Southern Poverty Law Center (SPLC) – que mantém um registro nacional de grupos de ódio – ganhou as manchetes do país recentemente quando Trump, candidato à reeleição, se negou a condená-los durante o debate com o seu adversário, o democrata Joe Biden.
O presidente pediu-lhes, ao contrário, para “recuar e esperar”.
Enrique Tarrio, líder dos Proud Boys e diretor na Flórida do Latinos por Trump, afirmou nesta quarta-feira, 21, ao jornal The Wasghinton Post que seu grupo não está envolvido no envio destes e-mails.
Um porta-voz do Partido Republicano disse à agência AFP que o grupo Latinos por Trump não é o mesmo filiado ao partido e negou qualquer vínculo com os Proud Boys.
De acordo com o The Wasghinton Post, também foi reportada a recepção de mensagens similares nos estados de Pensilvânia, Arizona e Alasca.
Com exceção do Alasca, onde Trump tem a vitória quase garantida, os demais estados, assim como a Flórida, são estados-chave nos quais Biden mantém uma pequena vantagem e que Trump espera virar a seu favor a menos de duas semanas para as eleições.
Segundo a SPLC, os Proud Boys são um grupo de ultradireita que apoia o nacionalismo branco – embora Tarrio se identifique como afro-cubano – e que é conhecido por sua retórica antimuçulmana e misógina.
(Com AFP)