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Documentos nazistas são descobertos ‘por acaso’ em porão da Suprema Corte argentina

Cartões de filiação, passaportes, cadernos com suásticas e documentos assinados por Hitler estavam guardados em caixas de madeira há mais de 80 anos

Por Júlia Sofia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 Maio 2025, 15h18

Diversas caixas com documentos e itens ligados ao nazismo foram descobertas no subsolo da Suprema Corte da Argentina, em Buenos Aires, na última sexta-feira, 9. O material, que havia sido confiscado em plena II Guerra Mundial (1939-1945), estava armazenado desde 1941, quando chegou ao país a bordo de um navio japonês.

“Ao abrir uma das caixas, identificamos materiais com claro objetivo de disseminar a ideologia de Adolf Hitler em território argentino durante a Segunda Guerra”, informou a corte em comunicado oficial. Os funcionários encontraram, durante a preparação para a montagem de um museu do tribunal, caixas de madeira contendo cartões de filiação, passaportes, cadernos com suásticas e material de propaganda com mensagens de Hitler.

Caixas em navio

Segundo informações divulgadas pelo jornal argentino Clarín, a origem das caixas remonta a 1941, quando 83 pacotes enviados pela embaixada alemã em Tóquio chegaram a Buenos Aires no navio japonês “Nan-a-Maru”. Na época, o envio chamou a atenção do governo argentino, que temia que o conteúdo pudesse comprometer a neutralidade do país no conflito.

Declarados como itens pessoais por diplomatas alemães, as caixas foram barradas e abertas pela Alfândega argentina, revelando fotografias, postais, propaganda e milhares de cadernos relacionados ao Partido Nazista. Um juiz federal ordenou o confisco dos itens e encaminhou o caso à Suprema Corte.

O motivo da remessa ao país, no entanto, nunca ficou claro. E não há registros públicos do que foi feito com o material depois disso — até sua redescoberta, mais de 80 anos depois.

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Próximos passos

Agora, o conteúdo passará por avaliação técnica com o apoio do Museu do Holocausto de Buenos Aires, que foi convidado a participar do processo de catalogação e preservação. Além de garantir a proteção dos documentos, os especialistas esperam que os arquivos tragam novas pistas sobre redes internacionais de financiamento do regime nazista, a presença do nazismo na Argentina e outros eventos pouco conhecidos do Holocausto. Estima-se que o inventário completo leve semanas.

Embora tenha declarado guerra à Alemanha e ao Japão apenas em 1945, a Argentina abrigou tanto imigrantes judeus — mais de 40 mil entre 1933 e 1954, segundo o Museu do Holocausto — quanto, posteriormente, nazistas foragidos. O país concentra hoje a maior comunidade judaica da América Latina.

Entre 1930 e 1938, a nação sul-americana esteve sob um regime pró-nazista liderado pelo presidente José Félix Uriburu, apelidado “Von Pepe”, e seu sucessor Agustín Pedro Justo. Alguns dos criminosos nazistas mais buscados escaparam para lá após a guerra, incluindo Adolf Eichmann, um organizador chave do Holocausto. Ele foi sequestrado por agentes israelenses na Argentina em 1960. Em 1962, foi considerado culpado por crimes de guerra em Israel e enforcado.

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