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Direita vence eleições na Espanha, mas Parlamento segue fragmentado

Partido Popular (PP) ganha 47 cadeiras e supera partido de Sánchez, mas está longe da maioria no Parlamento

Por Bruno Caniato 23 jul 2023, 19h57

Após uma disputa acirrada, os conservadores de direita do Partido Popular (PP) venceram as eleições gerais na Espanha neste domingo, 23, e poderá nomear como primeiro-ministro o presidente da sigla, Alberto Feijóo – no entanto, nenhuma das principais forças políticas espanholas conquistou a maioria das cadeiras no Parlamento e a nação vive novamente o risco de um governo travado.

Dos 350 assentos na Câmara dos Deputados, o PP conseguiu 136 – um salto de 47 parlamentares em relação a 2019, mas bem menos do que os 176 necessários para governar sem alianças. Já o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), do atual primeiro-ministro Pedro Sánchez, ficou em segundo lugar com 122 cadeiras – duas a mais do que nas votações de 2019. Em terceiro vieram o Vox, de extrema-direita, com 33 eleitos, e o Sumar, partido mais à esquerda do que o PSOE, com 31 cadeiras.

A vitória apertada do PP surpreendeu analistas, que projetavam cerca de 150 cadeiras para a legenda conservadora e em torno de 112 para os trabalhistas do PSOE. Até então, o grande mistério era se o PP, de direita moderada, aceitaria formar uma coalizão com o neofranquista Vox – o partido da direita radical, notório por suas posições anti-imigração e anti-União Europeia, prega em seus discursos o negacionismo climático e a revogação dos direitos ao aborto e à igualdade de gênero e orientação sexual. Contudo, a soma dos deputados eleitos por ambas as legendas não é suficiente para formar a maioria absoluta, e a dúvida continua sobre a estratégia do PP para exercer um governo efetivo.

Esta é a terceira eleição geral realizada na Espanha desde 2019 – ano em que ocorreram dois pleitos nacionais, ambos vencidos pelo PSOE. A votação deste domingo estava prevista para dezembro de 2023 – porém, após o fracasso do PSOE nas eleições regionais de maio, o próprio Pedro Sánchez antecipou a data do pleito como tentativa de forçar uma união de partidos contra uma possível ascensão do Vox à presidência do país.

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