Denunciado por genocídio, soldado de Israel interrompe férias no Brasil
Yuval Vagdani foi acusado por organização pró-Palestina e Justiça brasileira determinou investigação; ele saiu do país neste domingo

Em plantão judicial, a juíza federal Raquel Soares Chiarelli, da 15ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal, recebeu uma denúncia de que um soldado israelense estaria de férias no Brasil e seria um possível “criminoso de guerra” por ter participado de ataques contra palestinos. Um despacho publicado em 3 de janeiro determina o envio de parecer sigiloso do Ministério Público Federal à Polícia Federal para cumprir diligências contra Yuval Vagdani.
Segundo a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), Vagdani fugiu do país neste domingo, 5, sendo que as últimas informações sobre o militar em solo brasileiro foram em Morro de São Paulo, na Bahia. Ainda de acordo com a Fepal, o Ministério das Relações Exteriores israelense confirmou que auxiliou o militar a deixar o país após uma tentativa de investigação por “elementos anti-Israel”.
A denúncia é assinada pelos advogados Caio Patricio de Almeida e Maira Machado Frota Pinheiro, que teriam colaborado com a Fundação Hind Rajab (HRF), organização internacional que defende palestinos. Por meio de inteligência de fontes abertas, vídeos e dados de geolocalização, a entidade forneceu evidências para a denúncia de que o militar que curtia férias no Brasil participou da demolição de um quarteirão residencial em Gaza, no fim de 2024, utilizando explosivos fora de situações de combate, o que foi considerado um ato genocída. Conforme a Fepal, Maira, uma das advogadas que protocolou a notícia-crime, está sendo ameaçada.
Dan Illouz, parlamentar governista de Israel, disse que o “Brasil se tornou um Estado patrocinador de terroristas” e prometeu que o governo de Benjamin Netanyahu deve agir e que o Brasil “pagará o preço se não mudar sua conduta”. “Israel não ficará de braços cruzados diante da perseguição de seus soldados”, afirmou o Illouz.