De Modi a Xi, Putin faz série de ligações para aliados antes de reunião com Trump
Na quarta-feira, 6, líder russo se encontrou com o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, em Moscou, onde concordaram com bilateral entre Putin e Trump

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, engatou em uma série de ligações a aliados para informá-los sobre a guerra na Ucrânia e a reunião planejada com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na lista de telefonemas, estiveram o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente da China, Xi Jinping. Na quarta-feira, 6, o líder russo se encontrou com o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, em Moscou, onde concordaram com uma bilateral entre Putin e Trump na próxima semana.
Ainda não há informações sobre local e data da reunião. Mas o líder russo tem movimentado o tabuleiro político nos bastidores. Um dia após a conversa com Witkoff, Putin falou com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, que expressou o “total apoio da África do Sul às iniciativas de paz que acabarão com a guerra e contribuirão para uma paz duradoura entre a Rússia e a Ucrânia”. Ele também participou de uma reunião com o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al Nahyan.
E ele não parou por aí. No X, antigo Twitter, Modi afirmou que teve “uma conversa muito boa e detalhada” com Putin nesta sexta-feira, 8. No bate-papo, o premiê agradeceu ao “amigo” por “compartilhar os últimos acontecimentos na Ucrânia”. Os dois também reafirmaram o “compromisso de aprofundar ainda mais” a parceria Índia-Rússia, disse Modi, acrescentando: “Aguardo ansiosamente receber o Presidente Putin na Índia ainda este ano.”
Além do indiano, Putin acionou Xi. O líder chinês disse que está satisfeito em acompanhar a melhora dos laços entre Rússia e Estados Unidos para a construção de uma resolução política sobre o conflito na Ucrânia, informou a emissora estatal chinesa CCTV. O futuro das relações entre Putin e Trump é incerto, já que o prazo dado ao republicano para que o russo colocasse fim à guerra expirou nesta sexta-feira. Caso o presidente americano cumpra a promessa, Moscou e aliados serão alvo de novas sanções.
Todos os países em questão são membros do Brics, grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia. Além deles, Putin abordou os resultados da visita de Witkoff em ligações com o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, e com os líderes do Cazaquistão e do Uzbequistão. Ou seja, contatou aliados de três ex-nações soviéticas.
+ Putin e Trump se encontrarão nos próximos dias, diz Kremlin
Reunião Trump-Putin
O assessor do Kremlin, Yuri Ushakov, afirmou nesta quinta-feira, 7, que Putin se encontrará com Trump nos próximos dias. Caso se concretize, seria a primeira cúpula entre os líderes dos dois países desde 2021. Ele afirmou Washington e Moscou já acertaram um local para a cúpula, mas que isso seria anunciado posteriormente.
“Por sugestão do lado americano, um acordo foi essencialmente alcançado para realizar uma reunião bilateral de alto nível nos próximos dias, ou seja, uma reunião entre o presidente Vladimir Putin e Donald Trump”, disse Ushakov. “Estamos agora iniciando os preparativos concretos junto com nossos colegas americanos”, completou, segundo a agência de notícias estatal russa Interfax.
Desde que Putin e o ex-presidente americano Joe Biden se encontraram em Genebra em junho de 2021, não houve nenhuma cúpula entre os líderes dos Estados Unidos e da Rússia. A relação entre os países entrou em crise desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022. Mas Trump tem se empenhado em consertar as relações com Moscou e tentando encerrar a guerra, embora em suas declarações tenha oscilado entre admiração e duras críticas a Putin.