Criador da revista Hustler, Larry Flynt morre aos 78 anos, nos EUA
Autointitulado 'ativista da liberdade de expressão', ele estava internado em Los Angeles, tratando de uma doença não revelada pela família

Defensor intransigente da primeira emenda da Constituição Americana, que garante o direito à liberdade de expressão, Larry Flynt Jr., editor da revista Hustler e de um império de diversão adulta, morreu nesta quarta-feira, aos 78 anos, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Ele estava internado, tratando de uma doença repentina não revelada pela família e por seus colaboradores.
A morte de Flynt foi anunciada por meio de uma declaração à imprensa americana assinada por Minda Gowen, CEO da Larry Flynt Publications. “Ele fez a passagem tranquilamente, enquanto dormia, no Cedars-Sinai Medical Center, acompanhado de sua esposa Liz e sua filha Theresa”, escreveu ela.
Autointitulado “ativista da liberdade de expressão”, Flynt sofria de vários problemas de saúde desde uma tentativa de assassinato, em 1978, que o deixou paraplégico. Afrontoso, ele adorava irritar seus críticos e chegou a comparecer ao tribunal vestido com uma fralda feita com uma bandeira americana. Sua vida foi retratada no filme “O Povo Contra Larry Flynt” (1996), de Milos Forman, com Woody Harrelson interpretando o empresário.
Entre suas principais batalhas judiciais, está a que enfrentou diante do evangelista Jerry Falwell. Flynt publicou um anúncio falso na Hustler em que Falwell aparecia dizendo que sua primeira experiência sexual fora com a mãe. O evangelista abriu um processo de US$ 50 milhões e ganhou em primeira instância. Mas em 1988 a Suprema Corte disse que o anúncio era uma paródia, e por isso estava protegido pela primeira emenda.
O conglomerado de diversão adulta de Flynt chegou a faturar cerca de US$150 milhões. Conforme a circulação das revistas diminuiu, ele se manteve à frente das tendências, investindo em canais de televisão voltados para adultos, um cassino, na distribuição de filmes e de produtos eróticos.