Covid-19: Espanha evita turismo britânico, mas abre portas para Alemanha
País permitirá que cerca de 11.000 turistas alemães visitem as Ilhas Baleares duas semanas antes de reabrir oficialmente suas fronteiras, em 1º de julho
O Ministério das Relações Exteriores da Espanha afirmou nesta terça-feira, 9, que não está discutindo um corredor de viagem com o Reino Unido, mas permitirá que cerca de 11.000 turistas alemães visitem as Ilhas Baleares duas semanas antes de reabrir oficialmente suas fronteiras.
Países europeus estão criando planos para retomar o turismo de verão no continente durante a pandemia de coronavírus. Regiões que conseguiram controlar a Covid-19 e viram os números de casos diários caírem, como a Espanha, a Alemanha e a Grécia, já anunciaram a futura reabertura das fronteiras, apesar dos temores de ressurgimento da doença.
A indústria do turismo, paralisada com os bloqueios para conter a propagação do vírus, é responsável por 10% da economia da União Européia e emprega 12% de todos os trabalhadores registrados.
Contudo, onde o coronavírus ainda é ativo, a possibilidade de receber turistas ainda é nebulosa. Na segunda-feira 8, o Reino Unido – que apesar da queda consistente reporta mais de 1.200 casos diários – impôs uma quarentena obrigatória de 14 dias aos visitantes estrangeiros.
Um grupo de turismo do Reino Unido disse que corredores turísticos, acordos que permitem movimentos irrestritos entre países, seriam abertos a partir de 29 de junho. Só que a embaixada britânica em Madri disse que o governo ainda não havia discutido a proposta com as demais nações europeias.
Portugal disse que está articulando um acordo para abrir suas portas aos britânicos, sem a necessidade de realizar quarentena, mas a Espanha não tem planos de fazer o mesmo, segundo o Ministério das Relações Exteriores.
Severamente afetada pela pandemia, a Espanha controlou as infecções durante os meses de abril e maio, registrando na segunda-feira 8 apenas 167 novos casos. Mesmo assim, adotou uma abordagem mais rigorosa do que outros países e planeja começar a abrir suas fronteiras para visitantes estrangeiros apenas em julho.
“A Espanha pediu uma abordagem comum [da União Europeia] para abrir as fronteiras. Se isso não for feito, estabelecerá seus próprios critérios”, disse o Ministério das Relações Exteriores.
A exceção, no entanto, será a Alemanha. O país ibérico permitirá que 10.900 alemães visitem o arquipélago das Ilhas Baleares entre 15 e 29 de junho, como parte de um programa piloto de retomada do turismo, disse a líder regional Francina Armengol em coletiva de imprensa.
Turistas deverão fornecer informações de saúde e detalhes de contato, para facilitar o rastreamento de infecções, caso necessário. Além disso, serão submetidos a verificações de temperatura na chegada. A menos que apresentem sintomas, serão isentos de quarentena ou testes.
“Escolhemos a Alemanha porque é nossa principal fonte de turistas e porque seus níveis epidemiológicos são semelhantes aos nossos”, disse Armengol.
A Alemanha, citada como exemplo na resposta à pandemia, teve menos de 9.000 mortes pela Covid-19, enquanto o número de mortos do Reino Unido de 40.966 é o mais alto da Europa. A Espanha teve 27.136 mortes.
(Com Reuters)
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