Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Turquia: corpo de jornalista saudita foi desmembrado e dissolvido

Em artigo, noiva de Jamal Khashoggi pede pressão dos Estados Unidos e da Europa para que os assassinos sejam levados à Justiça

Por Da Redação
Atualizado em 2 nov 2018, 15h17 - Publicado em 2 nov 2018, 08h32

O corpo do jornalista Jamal Khashoggi, assassinado há um mês no consulado da Arábia Saudita em Istambul, foi esquartejado e dissolvido em uma substância química, afirmou Yasin Aktay, assessor da presidência da Turquia, ao jornal Hürriyet.

“Sabíamos que o corpo de Khashoggi tinha sido desmembrado, mas agora vemos que não só o esquartejaram, mas também o dissolveram”, declarou Aktay, assessor da cúpula do governante Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e amigo de Khashoggi.

Os assassinos do jornalista, um crítico do regime saudita e que vivia exilado nos Estados Unidos, desmembraram o corpo para que fosse dissolvido com mais facilidade. Os criminosos formavam um comando de aproximadamente 15 agentes enviado por Riad. O príncipe-herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, é apontado pela Turquia como o mandante do crime.

“De acordo com as últimas informações, a razão pela qual ele foi cortado em pedaços foi para poder dissolvê-lo mais facilmente. O objetivo era não deixar vestígios do corpo”, acrescentou Aktay.

O Ministério Público da Turquia confirmou  na quarta-feira (1) que o corpo do jornalista tinha sido esquartejado. “Isto é o que também revela a declaração do Ministério Público. Não há nada razoável que possa responder a isso. Matar uma pessoa inocente é um crime, tratar o corpo assim é outro crime e uma vergonha”, acrescentou Aktay.

Continua após a publicidade

“(O corpo) foi procurado em todos os lugares que aparecem no sistema de câmeras de vigilância, mas não foi encontrado. O que há são indícios”, acrescentou o assessor de Erdogan.

O Ministério Público de Istambul prometeu que continuará investigando o caso, apesar da pouca colaboração demonstrada pelo procurador-geral do reino saudita encarregado do caso, que esteve nesta última semana em Istambul.

Justiça para Jamal

Hatice Cengiz
Hatice Cengiz, noiva do jornalista Jamal Khashoggi – 29/10/2018 (Dylan Martinez/Reuters)
Continua após a publicidade

Khashoggi, de 59 anos, estava estabelecido nos Estados Unidos e colaborava com o jornal Washington Post. Ele desapareceu em 2 de outubro no consulado saudita em Istambul, onde ingressara para  recolher documentos necessários para poder se casar com sua noiva turca, Hatice Cengiz, que o esperava do lado de fora do prédio.

Em um artigo publicado nesta sexta-feira no Post, Cengiz faz um sensível relato de seu estado de angústia desde sua espera pela saída de Khashoggi na porta do consulado, em Istambul. Nesta sexta-feira, as Nações Unidas observam o dia internacional do fim da impunidade aos crimes contra os jornalistas.

Cengiz faz um apelo para a comunidade internacional, sobretudo aos Estados Unidos e aos países europeus, para tomar ações práticas e sérias para que a verdade seja revelada e para que os responsáveis pelo crime sejam levados à Justiça. “Eu exijo justiça para meu amado Jamal.”

Continua após a publicidade

“Enquanto eu escrevo este artigo, o gabinete do chefe do Ministério Público de Istambul fez um anúncio oficial. Ele disse que os agentes sauditas estrangularam Jamal e desmembraram e destruíram seu corpo”, sublinhou Cengiz. “Que (ato) de barbaridade e de crueldade. Que crime ele cometeu para fazerem isso? Qual a razão para assassiná-lo com tamanha brutalidade? Não há explicação para esse ódio”, completou.

Cengiz argumenta que a repercussão internacional do crime se deve ao fato de ter sido Khashoggi uma “voz mundialmente significante”. “Acima de tudo, ele foi um campeão da bondade e da decência. Ele nos ajudou a entender as relações do Oriente Médio“, afirmou. “Agora, com sua morte, os princípios pelos quais ele lutou em vida tão apaixonadamente vieram à luz. Democracia, liberdade e direitos humanos. As crenças fundamentais de que todo povo deve escolher seus líderes por meio de urnas eleitorais.”

(Com EFE)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.