Coreia do Norte diz ter simulado ataque nuclear contra Coreia do Sul
O lançamento de mísseis ocorre em meio a exercícios militares conjuntos entre Washington e Seul, que Pyongyang chama de 'ensaio para guerra'
A Coreia do Norte afirmou nesta quinta-feira, 31, ter disparado dois mísseis balísticos de curto alcance para simular ataques nucleares contra alvos militares na Coreia do Sul. A mídia estatal norte-coreana informou que os testes foram realizados como um alerta contra o envio de bombardeiros estratégicos dos Estados Unidos para a região.
Os mísseis foram disparados da costa leste do país, em meio a exercícios militares anuais entre Estados Unidos e Coreia do Sul, que costumam provocar Pyongyang. O regime norte-coreano denuncia os treinos multinacionais como um ensaio americano para iniciar uma guerra.
O Exército da Coreia do Norte disse que os mísseis foram disparados como um “exercício de ataque nuclear tático que simula ataques de terra arrasada nos principais centros de comando e campos de aviação operacionais” na Coreia do Sul. O líder norte-coreano, Kim Jong Un, teria observado o exercício e preparado seus principais comandantes para uma guerra total contra Seul.
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“O exercício visa enviar uma mensagem clara aos inimigos que nos desafiam com ameaças militares, como a implementação de recursos nucleares estratégicos [em seu território], apesar dos nossos repetidos avisos”, disse o exército.
A Coreia do Sul condenou o lançamento dos mísseis, bem como o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida. Segundo ele, esses testes ameaçam não apenas a paz e a estabilidade da região, mas também a comunidade internacional.
“Quanto mais o Norte estiver obcecado com ameaças e provocações militares, mais enfrentará respostas esmagadoras da Coreia do Sul, dos Estados Unidos e do Japão”, disse um funcionário do ministério da unificação da Coreia do Sul.
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A Coreia do Norte conduziu um número recorde de testes de armas neste ano. O último ocorreu m dia antes de a Coreia do Sul e os Estados Unidos encerrarem 11 dias de exercícios militares conjuntos, que levaram pelo menos um bombardeiro americano estratégico à Península Coreana.
As tensões na região crescem à medida que ambos os lados fazem exercícios de guerra. Apesar das sanções das Nações Unidas, Kim prometeu repetidamente aumentar a produção de ogivas nucleares do seu país e o desenvolvimento de armas mais poderosas, incluindo algumas capazes de atingir o território dos Estados Unidos. Nos últimos meses, também tentou, sem sucesso, lançar dois satélites espaciais.
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Na última quarta-feira 30, Washington afirmou que a Coreia do Norte estava em negociações “ativas” com a Rússia sobre um potencial acordo de armas. No mês passado, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, visitou Pyongyang, onde fez uma visita pública ao arsenal do país. De acordo com os americanos, Shoigu tentou convencer os norte-coreanos a vender armas para Moscou.
“Após estas negociações, as discussões de alto nível podem continuar nos próximos meses”, disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos. “Agora, entre estes potenciais acordos, a Rússia receberia quantidades significativas e múltiplos tipos de munições da [Coreia do Norte], que os militares russos planejam usar na Ucrânia”, acrescentou.