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Coreia do Norte diz que não mudará de posição em negociações com os EUA

Pyongyang contradisse Donald Trump e afirmou que só pediu alívio parcial das sanções durante encontro no Vietnã

Por Da redação
28 fev 2019, 17h39

A Coreia do Norte afirmou nesta quinta-feira, 28, que não mudará sua posição em relação às negociações com os Estados Unidos sobre a desnuclearização da península coreana, mesmo que Washington pressione para que haja novas conversas.

O ministro de Relações Exteriores de Pyongyang, Ri Yong-ho, também contradisse o presidente Donald Trump, ao assegurar que seu governo só pediu o alívio parcial de sanções adotadas por Washington, e não a total eliminação delas,  durante a segunda reunião entre o governante americano e o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, em Hanoi, Vietnã.

O encontro entre os líderes acabou de forma abrupta, uma hora antes do previsto, e sem a assinatura de nenhum acordo. Segundo o presidente americano, a principal razão do desentendimento entre as duas delegações foi a exigência da Coreia do Norte de suspensão integral das sanções. Ri, contudo, negou a informação durante entrevista coletiva improvisada no hotel onde está alojada a delegação norte-coreana em Hanói.

“Oferecemos desmantelar de forma permanente e completa todas as instalações de produção de material nuclear em Yongbyon, incluindo plutônio e urânio, com a presença de especialistas americanos e por meio de operações conjuntas dos técnicos de ambos países”, assegurou o chanceler, segundo a agência sul-coreana Yonhapem, referindo-se ao local onde Pyongyang produz combustível para as bombas atômicas.

A Coreia do Norte condicionou essa oferta a que “os Estados Unidos suspendam uma parte das sanções das Nações Unidas, em outras palavras, aquelas que afetam a economia privada e o sustento do povo”, detalhou. O país pediu recentemente ajuda à ONU para aliviar a crise de fome prevista para este ano.

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Dado o atual nível de confiança entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos, essa era a maior medida de desnuclearização concebível pela parte norte-coreana, acrescentou Ri, de acordo com a Yonhap.

Os norte-coreanos também ofereceram a Washington colocar no papel o compromisso de deter permanentemente seus testes de armas nucleares e mísseis de longo alcance, “a fim de acalmar as preocupações dos Estados Unidos”, afirmou o ministro.

No entanto, os Estados Unidos insistiram que a Coreia do Norte desse “mais um passo”, além do desmantelamento das instalações de Yongbyon, o que levou Kim a concluir que Washington não estava preparado para chegar a um acordo, acrescentou.

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Ri ressaltou que é necessário gerar mais confiança entre as partes e reiterou que a posição do Norte não mudará, mesmo se os Estados Unidos pressionarem para que haja novas conversas.

A vice-ministra de Relações Exteriores norte-coreana, Choe son-hui, disse mais tarde que Kim Jong-un ficou confuso com a reação dos americanos quando participou dos encontros de quarta e quinta-feira.

“Tive a impressão que nosso líder pode ter perdido o entusiasmo por um acordo entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos mais adiante”, advertiu.

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A reação da Coreia do Norte contradiz a versão divulgada por Trump na sua entrevista coletiva, pouco depois que a cúpula de Hanói.

“Basicamente eles queriam que suspendêssemos as sanções de forma integral, e nós não podíamos fazer isso. Estavam dispostos a desnuclearizar uma grande parte das áreas que queríamos, mas não podíamos suspender todas as sanções por isso (…) Tivemos que nos retirar”, explicou Trump.

(Com EFE)

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