Conversa de Trump e Lula foi ‘agradável e espontânea’, diz porta-voz dos EUA
Em nome do Departamento de Estado americano, Amanda Robertson afirmou que os detalhes para uma reunião entre os líderes ainda serão acertados

A porta-voz do departamento de Estado dos Estados Unidos, Amanda Robertson, afirmou nesta terça-feira, 23, que a conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu homólogo americano, Donald Trump, foi “agradável e espontânea”. Os dois se encontraram brevemente às margens da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, quando o mandatário brasileiro saiu do palco após seu discurso na sessão plenária e Trump foi ao púlpito para dar o seu.
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“Como o presidente Trump falou, ele se encontrou com Lula nos bastidores hoje, tiveram uma conversa breve, boa e agradável, e concordaram em ter uma reunião na próxima semana”, afirmou Robertson em entrevista à Globonews.
Segundo ela, “foi um momento espontâneo”, sem planejamento. A porta-voz afirmou que Lula estava saindo do palco e Trump, entrando, e no corredor, tiveram alguns momentos para falar. Como o Brasil é tradicionalmente o primeiro país a discursar e os Estados Unidos, o segundo, essa dinâmica é normal. “E os dois aproveitaram a oportunidade da falar cara a cara”, acrescentou a porta-voz.
O presidente americano falou sobre o encontro durante seu discurso aos 193 Estados-membros da ONU. O republicano afirmou que teve uma “ótima química” com Lula e que “só faz negócios” com quem ele gosta.
“Mais detalhes (sobre a reunião) não sabemos. Os diplomatas precisam organizar todos os detalhes”, completou Robertson.
Em entrevista à emissora americana CNN, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, afirmou que a conversa deve ser por telefone ou videoconferência. “O presidente está muito ocupado, tem uma agenda cheia. Talvez não seja possível se encontrar pessoalmente, mas encontraremos alguma maneira”, afirmou.
A aproximação ocorre em pleno tarifaço do republicano contra o Brasil, atingido por uma das maiores taxas no mundo, de 50%, e em meio a ameaças de um novo pacote de sanções americanas após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Na segunda-feira 22, a esposa do ministro Alexandre de Moraes, do STF, tornou-se alvo da Lei Magnitsky, como o marido.
O governo Trump acusa o governo brasileiro de minar a liberdade de expressão e fazer uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro, justificando o tarifaço com supostas “preocupações com a segurança nacional” dos Estados Unidos. O Brasil tem há mais de 15 anos uma relação comercial deficitária com os americanos.