Constituinte venezuelana elege Diosdado Cabello como novo presidente
Aliado veterano de Chávez, ex-vice-presidente é acusado de envolvimento com o narcotráfico

A poderosa Assembleia Constituinte da Venezuela elegeu nesta terça-feira (19) como seu chefe o número 2 do Partido Socialista, Diosdado Cabello, impulsionando a força de um líder político que os Estados Unidos acusam de ser um dos líderes do narcotráfico no país.
O presidente Nicolás Maduro comandou no ano passado a criação da assembleia de 545 membros, que a oposição e governos estrangeiros chamaram de consolidação de uma ditadura, à medida que deu amplo poder ao governista Partido Socialista.
O fórum chavista disse ter escolhido Cabello – “um homem probo, leal à pátria” – após um debate “popular” que incluiu vários setores da população.
O agora líder plenipotenciário já foi vice-presidente, ministro, governador, deputado e constituinte desde que se instaurou a chamada revolução bolivariana em 1999 liderada pelo falecido Hugo Chávez (1999-2013), que foi seu líder na tentativa de golpe contra o governo de Carlos Andrés Pérez em 1992.
A votação desta terça-feira aparenta reverter anos de influência minguante de Cabello, que foi um dos aliados mais próximos de Chávez, mas cuja presença enfraqueceu após a eleição de 2013 de Maduro.
“Vocês podem contar com este soldado, eu não irei descansar por um único instante”, disse Cabello, um ex-militar, em discurso de posse televisionado.
Impondo sanções, autoridades dos Estados Unidos acusaram em maio Cabello e Maduro de lucrarem com carregamentos ilegais de narcóticos.
Cabello, que frequentemente provoca críticos em seu próprio programa semanal na TV estatal, rejeitou as acusações como invenções feitas para manchar sua reputação.
Os deputados da Assembleia Constituinte são todos apoiadores do Partido Socialista porque a oposição boicotou a eleição de 2017 que criou a assembleia.
Oficialmente encarregada de reescrever a Constituição, a Assembleia Constituinte assumiu muitas das funções do legislativo, comandando pela oposição, sem avançar até o momento em nenhuma reforma constitucional.
(Com Reuters e EFE)