Conselho de Segurança da ONU aprova resolução sobre guerra Israel-Hamas
Órgão demorou quase 80 dias de conflito para apresentar documento, que agora pede a abertura de corredores humanitários permanentes em Gaza

O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, nesta sexta-feira, 22, uma resolução que “exige” que todas as partes envolvidas no conflito entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas permitam a “entrega segura e sem obstáculos de assistência humanitária em grande escala”.
A Rússia e os Estados Unidos, que poderiam ter vetado a medida por serem membros permanentes do órgão, abstiveram-se da votação, o que significa que a resolução foi aprovada com 13 votos a favor.
O Conselho de Segurança demorou quase 80 dias, desde o início do conflito no Oriente Médio, para aprovar um texto com a visão oficial do organismo, o que suscitou críticas por sua lentidão e ineficiência. A maioria dos entraves surgiu por parte dos Estados Unidos, que, aliado próximo de Israel, vetou as propostas que deixavam aberto espaço para críticas contra o exército e governo israelense e que pediam por um cessar-fogo imediato.
Sinal verde
Nesta manhã, os Estados Unidos declararam que estavam prontos para apoiar uma resolução destinada a aumentar o fluxo de ajuda humanitária a Gaza, após pedir alterações no texto, incluindo a remoção de um apelo à “suspensão urgente das hostilidades”.
Na quinta-feira 21, a votação da resolução foi adiada pelo quarto dia consecutivo, após uma semana de negociações intensas. Mas a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, disse que seu país e os estados árabes apresentaram uma versão alterada da proposta, que Washington poderia apoiar.
“Estamos prontos para votar. E é uma resolução que levará assistência humanitária aos necessitados”, disse Thomas-Greenfield. “Isto apoiará a prioridade que o Egito tem em garantir que colocamos no terreno um mecanismo que apoiará a assistência humanitária e que estamos prontos para avançar.”
Propostas
O antigo projeto de resolução fazia um apelo à “suspensão urgente das hostilidades” para permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza. Este ponto, no entanto, foi removido e substituído por um apelo a “medidas urgentes para permitir imediatamente o acesso humanitário seguro e sem entraves, e também para criar as condições para uma suspensão sustentável das hostilidades.”
Além disso, uma seção pedia ao secretário-geral das Nações Unidas para criar um mecanismo que seria “exclusivamente” responsável pelo monitoramento dos envios de insumos ao enclave, sem a intervenção de Israel. O ponto também foi foi alterado, e agora pede a nomeação de um “coordenador humanitário sênior e de reconstrução” com responsabilidade de “facilitar, coordenar, monitorar, e verificar em Gaza, conforme apropriado, a natureza humanitária de todas as remessas de ajuda”.