Conheça Guam, a ilha americana que a Coreia do Norte quer atacar
Proximidade torna o território especialmente interessante para Kim Jong-un, cujos testes de mísseis não demonstraram capacidade de atingir longas distâncias
Ameaçada pela Coreia do Norte, que na terça-feira afirmou que considera lançar mísseis Hwasong-12 à ilha, Guam é um pequeno território americano no Oceano Pacífico ocidental considerado estratégico para os Estados Unidos. O local conta com um importante contingente militar americano de 6.000 soldados, destacados em uma base naval e na base aérea de Andersen. Dessa ilha, a principal do arquipélago das Marianas, partiam os bombardeiros B-52 para atacar Hanói durante a Guerra do Vietnã (1955-1975).
Com 550 quilômetros quadrados, Guam foi descoberta em 1521 pelo navegador português Fernando de Magalhães, mas foi ocupada em 1526 pela Espanha. Com o Tratado de Paris, que pôs fim à Guerra Hispano-Americana, a ilha se tornou colônia dos Estados Unidos em 1898. Na II Guerra Mundial, Guam foi temporariamente ocupada pelos japoneses, que a invadiram em dezembro de 1941, e recuperada pelos Estados Unidos em 1944.
A ilha está localizada a 3.400 quilômetros a sudeste da Coreia do Norte e a 6.500 quilômetros a oeste de Honolulu, capital do Estado do Havaí. A proximidade de Pyongynag a torna especialmente interessante para o líder norte-coreano, Kim Jong-un, cujos testes de mísseis não demonstraram capacidade de atingir longas distâncias.
Direitos limitados
Assim como acontece com Porto Rico, Guam tem status de território não incorporado dos Estados Unidos. Desse modo, seus 162.000 habitantes – dos quais 40% pertencem à população indígena Chamorro – são cidadãos americanos, mas com direitos limitados. Eles não podem participar das eleições nos Estados Unidos, e o único representante da ilha no Congresso americano não tem direito a voto nos projetos de lei.
Em Guam, que figura na lista da ONU de territórios não autônomos, 45.000 pessoas recebem ajuda alimentar e se beneficiam do sistema de saúde americano. Desde 2011, o republicano Eddie Calvo atua como governador da ilha e, com frequência, surgem pedidos de referendo de autodeterminação, sempre rejeitados pela Justiça federal dos Estados Unidos.
Turismo
O Exército dos Estados Unidos contribui de maneira importante para a economia local, cujo PIB per capita foi de 35.439 dólares em 2015. A ilha é igualmente dependente do turismo. As praias paradisíacas, os complexos hoteleiros e as lojas duty-free representam um terço dos empregos em Guam, que atraiu mais de 1,5 milhão de visitantes em 2016. A maioria é japonesa e coreana.
(com AFP e EFE)