Conclave para escolher próximo papa será o mais internacionalizado de todos os tempos
Processo de escolha do sucessor do papa Francisco começa na próxima quarta-feira, 7

Apesar de todas as tradições da Igreja Católica, o processo de escolha do sucessor do papa Francisco será levemente diferente quando começar na próxima quarta-feira, 7. Os cardeais que se reunirão a portas fechadas farão parte do grupo mais internacionalizado da história a participar de um conclave, refletindo a característica global do rebanho de 1,4 bilhão de católicos.
Atualmente, há 135 cardeais com menos de 80 anos elegíveis para votar no conclave, de 71 países diferentes. Dois deles já informaram formalmente a Santa Sé que não poderão comparecer por motivos de saúde, reduzindo o número de homens que entrarão na Capela Sistina para 133.
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Durante seus 12 anos de pontificado, Francisco reformulou significativamente o Colégio dos Cardeais, tornando-o menos eurocêntrico e um organismo mais internacional. Isso refletiu tanto a inclinação pessoal do falecido papa de mudar o centro de gravidade do catolicismo para o Sul Global, com foco nas “periferias”, quanto a tendência mais ampla de que a Igreja do futuro provavelmente terá um rosto cada vez mais não europeu.
A distribuição geográfica do colégio cardinalício reflete a tentativa de Francisco de diversificar a Cúria Romana. Dos 135 cardeais com direito a voto, ele nomeou 108, diluindo o eurocentrismo anterior. No conclave que o elegeu, em 2013, 52,2% dos religiosos vinham da Europa. Agora, a taxa caiu para 39,2%, com 53 cardeais europeus, 37 das Américas, 23 da Ásia, dezoito da África e quatro da Oceania.
Pela primeira vez, por exemplo, 15 nações, como Haiti e Cabo Verde, serão representadas por seus cardeais eleitores nativos.
Apesar dos avanços, a Europa continua sendo o continente com maior representação geográfica, com 53 cardeais aptos a votar — embora um dos ausentes seja da Espanha. Outros 23 cardeais chegarão da Ásia, incluindo o Oriente Médio, um número que reflete a crescente importância desta região na vida eclesial global.
Os países com mais eleitores são: Itália (17), Estados Unidos (10), Brasil (7), França e Espanha (5), Argentina, Canadá, Índia, Polônia e Portugal (4).