Como Israel planeja usar ‘arma laser’ para derrubar mísseis inimigos
Novo sistema complementará o famigerado 'Domo de Ferro', que sofre com altos custos de operação e manutenção
O governo de Israel anunciou nesta semana um investimento superior a US$ 500 milhões (quase R$ 3 bilhões) na expansão do sistema de defesa a laser “Iron Beam” (feixe de ferro, em tradução livre). O novo aparelho, que utiliza lasers de alta potência, tem como objetivo neutralizar uma variedade de projéteis inimigos, prometendo transformar a defesa aérea do país após o fim da reforma, daqui um ano.
O diretor-geral do Ministério da Defesa, Eyal Zamir, enfatizou que o novo sistema marca “uma nova era nos combates defensivos”. O anúncio veio no momento em que Israel dá sinais de recrudescimento nas guerras em Gaza e no Líbano, e depois de duas ocasiões separadas de trocas de ataques diretos com o Irã envolvendo mísseis de longo alcance.
Como funciona o Iron Beam?
Com um alcance que varia entre centenas de metros a alguns quilômetros, o Iron Beam opera a uma velocidade impressionante, disparando lasers em milionésimos de segundo com uma potência de 100 quilowatts (energia suficiente para abastecer quase 150 casas). Essa abordagem difere dos sistemas tradicionais, como o famigerado Iron Dome (Domo de Ferro), que utilizam radares e interceptores.
Em segundo lugar, o Iron Beam é considerado mais econômico, com um custo de menos de US$ 2 por disparo (R$ 11,70). Enquanto isso, cada vez que o Iron Dome é acionado, disparando mísseis interceptadores, estima-se que os gastos ultrapassarem os US$ 50 mil (quase R$ 300 mil).
Apesar de sua eficiência e melhor custo-benefício, o Iron Beam também apresenta desafios. O sistema pode ter limitações em condições climáticas adversas, como chuva ou nevoeiro, que dificultam a passagem do laser pela atmosfera. Fora disso, a operação contínua exige altos níveis de energia e investimentos financeiros de longo prazo, obstáculos que Israel pretende superar para alcançar a implementação total do sistema em 2025.
Israel tem interceptado projéteis quase diariamente desde que a guerra com o a milícia libanesa Hezbollah, seu poderoso e perigoso vizinho do norte, começou.