Combates se intensificam em Azovstal e Ucrânia perde contato com soldados
Prefeito de Mariupol comunicou que siderúrgica está sofrendo ataques por terra, água e ar; ainda não é claro quantos ucranianos permanecem na fortaleza

O prefeito de Mariupol, Vadym Boichenko, disse nesta quarta-feira, 4, que novos confrontos eclodiram na siderúrgica de Azovstal na Ucrânia, onde centenas de civis ainda estão presos junto com os últimos militares ucranianos na cidade.
“Hoje há batalhas pesadas no território de nossa fortaleza, na área de Azovstal. Nossos bravos estão defendendo esta fortaleza, mas é muito difícil, porque artilharia pesada e tanques estão disparando por toda a siderúrgica. A aviação está trabalhando, os navios se aproximaram e também estão atirando na fortaleza”, disse Boichenko.
Em pronunciamento na televisão ucraniana, Boichenko disse que havia 30 crianças presas na usina esperando resgate.
“Devemos entender que as pessoas ainda estão morrendo. Infelizmente, a aviação e a artilharia inimigas estão disparando constantemente”, disse ele. O prefeito acrescentou que o contato com os soldados ucranianos foi perdido – o governo estava em contato com os militares até a véspera, na terça-feira 3.
Enquanto isso, o Kremlin disse que as Forças Armadas russas não “invadiriam” a siderúrgica Azovstal, mas afirmou que iria reprimir “tentativas de militantes” de encontrar novas bases para assumir posições de tiro.
Também nesta quarta-feira, a autodeclarada República Popular de Donetsk (DPR) afirmou que mais de 500 pessoas foram levadas de Mariupol para lá, uma jornada de cerca de 25 quilômetros. Segundo autoridades locais, 61 dos refugiados eram crianças, mas não está claro quantos vieram da siderúrgica.
Dontesk montou um centro de recepção em tendas em Bezimenne, onde as pessoas que saem de Mariupol são examinadas. Segundo o Ministério de Situações de Emergência da DPR, mais de 27.000 pessoas já passaram pelo centro desde o início de março.
Autoridades ucranianas acusaram a instalação de abuso, assédio e atrasos na filtragem dos refugiados. De acordo com investigação da emissora americana CNN, muitos são levados para centros como o de Bezimenne contra sua vontade.
Quando saem do complexo de Azovstal, os ucranianos têm a opção de viajar para a Ucrânia ou para a Rússia. Aqueles que desejam entrar no território ucraniano são entregues a representantes das Nações Unidas e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Mas o governo ucraniano afirmou que dezenas de milhares de ucranianos foram deportados à força para Donetsk e para a Rússia.
Veja imagens de satélite que mostram a destruição da usina:

