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Comandantes russos executam soldados que se recusam a lutar na Ucrânia, revela investigação

Reportagem do veículo independente 'Verstka' revela torturas, assassinatos e missões suicidas impostas por oficiais da Rússia para conter deserções

Por Júlia Sofia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 out 2025, 15h38

Uma investigação publicada nesta quinta-feira, 30, pelo veículo independente russo Verstka apontou que comandantes das forças russas têm assassinado, torturado ou enviado deliberadamente para missões suicidas soldados que se recusam a lutar na guerra na Ucrânia, na tentativa de conter deserções e impor obediência dentro das fileiras do Exército. A apuração lista mais de uma centena de oficiais acusados de ordenar execuções sumárias e aponta pelo menos 150 mortes confirmadas — número que pode ser muito maior.

Com base em depoimentos de militares, familiares e registros oficiais, o Verstka identificou um padrão de violência sistemática dentro das tropas da Rússia. Soldados relataram ter visto colegas baleados por “atiradores de execução” e jogados em valas, mas sendo registrados como mortos em combate. Outros descreveram o uso de drones e explosivos para eliminar feridos ou desertores no campo de batalha. Em alguns casos, granadas teriam sido lançadas sobre os próprios russos, disfarçando suas mortes como ataques inimigos.

“Cultura de impunidade”

A agência, que atua no exílio e é formada por jornalistas investigativos de Moscou, afirma ter verificado pessoalmente 150 mortes, mas acredita que o número real seja muito maior. Segundo a investigação, as práticas mais violentas começaram entre unidades militares compostas por ex-presidiários (mais de 200 mil detentos foram recrutados ao longo da guerra), mas hoje atingem também brigadas regulares do exército.

“Há uma cultura de impunidade”, disse uma fonte do Ministério Público Militar ao Verstka. “Eles dizem: ‘Se abrirmos esse caso, isso pode prejudicar as operações’. Isso significa que esses oficiais têm total liberdade para agir.”

A reportagem cita ainda esquemas de extorsão, nos quais comandantes exigiram dinheiro em troca de poupar soldados de missões suicidas. Quem não conseguisse pagar era “zerado”.

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A publicação afirma ter obtido nome, idade e patente de mais de sessenta dos 101 acusados. Mesmo assim, quase nenhum foi punido. Dados oficiais obtidos pelo Verstka mostram que, apenas no primeiro semestre deste ano, a Promotoria Militar russa recebeu quase 29 mil denúncias de soldados e familiares, mais de 12 mil delas relacionadas a abusos cometidos por superiores.

Baixas e deserções

O Kremlin, por sua vez, nega qualquer sinal de indisciplina na caserna e taxa tais relatos como “propaganda ucraniana”. Mas a reportagem acrescenta um novo e contundente capítulo à degradação interna do Exército russo, já fragilizado por numerosas baixas, deserções e disputas de poder.

De acordo com um estudo do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), com sede nos EUA, cerca de 250 mil soldados russos morreram no conflito, e mais de 950 mil ficaram feridos. (A Ucrânia também sofreu perdas elevadas, com entre 60 mil e 100 mil mortos e um total de aproximadamente 400 mil feridos.) Enquanto isso, um relatório recente das Nações Unidas revelou que mais de 50 mil soldados desertaram do Exército russo desde o início da invasão, em 2022.

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