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Colonos israelenses queimam armazém palestino em onda de ataques na Cisjordânia

Escalada de violência ocorre após escritório de Direitos Humanos da ONU revelar recorde de ataques de colonos em outubro

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 nov 2025, 14h46

Colonos israelenses queimaram um armazém palestino em em Beit Lid, na Cisjordânia, nesta terça-feira, 11, em meio a uma onda de ataques incendiários no país, incluindo à aldeia beduína de Deir Sharaf e terras agrícolas no norte. A escalada de violência ocorre após o escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas revelar recorde de ataques em outubro desde que os dados começaram a ser coletados, há duas décadas. Os assentamentos são considerados ilegais pelo direito internacional.

Além dos palestinos, ativistas israelenses e voluntários estrangeiros ajudavam os agricultores palestinos na colheita de azeitonas também foram agredidos. Na vizinha de Burin, colonos atacaram os trabalhadores e um reservista das Forças de Defesa de Israel (FDI) que estava de folga e participava da safra. Sacos de azeitona também foram roubados. No sábado, 8, homens mascarado espancaram com porretes palestinos e paramédicos voluntários, além de um fotógrafo da agência de notícias Reuters e um consultor de segurança.

A violência desmedida também deixou vítimas fatais. Centenas de pessoas compareceram ao funeral de Aysam Mualla, de 13 anos, em Beita, nesta terça. Testemunhas afirmaram que ele inalou gás lacrimogêneo disparado pelas FDI enquanto moradores colhiam azeitonas nos arredores do assentamento de Evyatar, no mês passado. Ele entrou em coma e não resistiu. 

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Resposta israelense

Em comunicado sobre o episódio em Burin, as FDI afirmaram que enviou tropas ao local “para dispersar o confronto usando meios de dispersão de distúrbios e detiveram vários civis israelenses”. Os soldados, segundo a declaração, foram atacados por colonos nas proximidades, que também danificaram o veículo militar. Quatro suspeitos foram presos.

No X, antigo Twitter, o presidente de Israel, Isaac Herzog, definiu os incidentes na Cisjordânia como “chocantes e graves”, culpando “um punhado de indivíduos violentos e perigosos”. Ele também disse que “essa violência contra civis e contra soldados das Forças de Defesa de Israel ultrapassa um limite intransponível” e condenou “veementemente” os ataques. O coro foi reforçado pelo chefe do Comando Central das FDI, Avi Bluth, que alertou que os episódios “minam a estabilidade da situação de segurança”.

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“A realidade em que jovens anarquistas radicais agem violentamente contra civis inocentes e contra as forças de segurança é inaceitável e extremamente grave. Deve ser combatida com firmeza”, continuou ele em declaração enviada a oficiais pelas Forças Armadas do país. “A diretiva aos soldados das Forças de Defesa de Israel é clara: não fiquem de braços cruzados e façam tudo ao seu alcance para impedir qualquer ato de crime nacionalista.”

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‘Ambiente hostil’

A onda de ataques na terça foi um raro exemplo de atuação das forças de segurança israelenses contra a violência dos colonos. Segundo o grupo israelense de direitos humanos Yesh Din, das 1.701 investigações sobre crimes cometidos por israelenses contra palestinos na Cisjordânia (excluindo Jerusalém Oriental) entre 2005 e 2024, 93,8% foram encerradas sem qualquer acusação formal.

O ministro da Autoridade Palestina, Muayyad Shaaban, chefe da Comissão de Resistência ao Muro e aos Assentamentos, disse que as agressões fazem parte de uma tentativa dos colonos de criar “um ambiente hostil por meio de intimidação e terror”.

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Israel ocupou a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, parte histórica do Estado da Palestina, na Guerra dos Seis Dias, em 1967. De lá para cá, ergueu cerca de 160 assentamentos que abrigam 700 mil judeus. Mais de 3 milhões de palestinos vivem próximos a esses locais, virando alvo constante de variadas agressões, agravadas pelos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023.

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Relatório da ONU

Um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) revelou que mais de 260 ataques de colonos israelenses — que registraram vítimas, danos materiais ou ambos — foram contabilizados somente em outubro. Isso significa que, em média, oito incidentes ocorreram por dia.

Trata-se também do maior nível de violência na época de colheita de azeitonas dos últimos anos. Até o momento, cerca de 150 ataques foram documentados, com mais de 140 palestinos. Além disso, 4.200 árvores e mudas foram vandalizadas em 77 de aldeias. Desde o início do ano, foram 1.500 ataques de colonos. 

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“A falha em prevenir ou punir tais ataques é incompatível com o direito internacional. Os palestinos devem ser protegidos. A impunidade não pode prevalecer. Os perpetradores devem ser responsabilizados”, advertiu o coordenador de ajuda humanitária de emergência da ONU, Tom Fletcher, no X. 

 

 

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