Colômbia concede asilo a opositora de Maduro que fez parte do governo Chávez
Advogada María Alejandra Díaz está sob proteção da embaixada colombiana desde janeiro. Ela alega ser alvo de perseguição pelo governo da Venezuela

O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia declarou, na tarde de quarta-feira, 6, ter concedido asilo diplomático à advogada venezuelana María Alejandra Díaz. Opositora do regime de Nicolás Maduro, Diáz se refugiava na embaixada colombiana em Caracas desde janeiro.
A nota publicada no site oficial da chancelaria colombiana afirma que a advogada alega “ter sido vítima de perseguição por motivos políticos e ideológicos por parte do Estado venezuelano”.
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— Cancillería Colombia (@CancilleriaCol) August 6, 2025
O comunicado de Bogotá acontece após Díaz revelar sua situação na terça-feira, 5, ao reclamar da recusa continua da Venezuela em lhe conceder salvo-conduto para deixar o país. Mesmo estando sob a proteção colombiana desde o início de 2025, a presença dela na embaixada não era pública devido a termos firmados junto ao governo de Gustavo Petro.
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A atitude da advogada foi descrita como uma “violação das condições acordadas no momento da concessão de asilo diplomático” pelo Ministério das Relações Exteriores da Colômbia. Apesar disso, o órgão garantiu a manutenção da proteção e condições adequadas de permanência de Díaz na embaixada.
Segundo a diplomacia colombiana, Caracas foi informada da decisão de conceder asilo a Díaz em 12 de janeiro. O país também solicitou a concessão de um “salvo-conduto” para que a advogada pudesse se deslocar até o Aeroporto Internacional Simón Bolívar sem sofrer represálias, com o objetivo de pegar um voo até a Colômbia.
Porém, o governo venezuelano informou que não seria necessário emitir uma autorização de salvo-conduto, uma vez que “não existe mandado de prisão ou processo judicial contra Díaz”.
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Fraude eleitoral
Ex-funcionária de alto escalão no regime de Hugo Chávez, Díaz entrou com um recurso na Suprema Corte de Justiça venezuelana para auditar os resultados das eleições de julho de 2024. O resultado do pleito foi polêmico, com Nicolás Maduro sendo reeleito em meio a acusações de fraude.
O anúncio dos resultados causou a explosão de protestos em diferentes cidades da Venezuela, impulsionados pela postura da oposição em reivindicar a vitória de seu candidato, Edmundo González, atualmente exilado na Espanha. Como resposta, as forças policiais locais reprimiram duramente as manifestações. Até o momento, existem mais de 800 presos políticos no país, segundo dados da ONG Foro Penal.
Apesar de manter abertos os canais diplomáticos com Caracas, a Colômbia não reconheceu a vitória de Maduro. Recentemente, os países entraram em um impasse sobre a posse de 50 colombianos, identificados como mercenários pelo governo venezuelano.