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Verão escaldante no Hemisfério Norte acelera colapso de geleiras dos Alpes

Com neve abaixo da média e calor recorde, geleiras alpinas correm risco de extinção

Por Ernesto Neves Atualizado em 25 jun 2025, 11h41 - Publicado em 25 jun 2025, 10h49

As geleiras dos Alpes enfrentam uma nova e dramática fase de derretimento acelerado. O calor extremo deste verão europeu, combinado com o baixo acúmulo de neve durante o inverno, pode representar o ponto final para diversas formações glaciais da região, especialmente nos Alpes orientais.

Em maio, antes mesmo do início oficial do verão, trechos inteiros de geleiras nos Alpes austríacos já estavam completamente sem cobertura de neve, algo inédito desde o início dos registros em 1952.

A ausência de neve prolonga a temporada de degelo e intensifica a perda de gelo. Segundo a glaciologista Andrea Fischer, do Instituto de Pesquisa Interdisciplinar de Montanhas da Academia Austríaca de Ciências, cada dia adicional de exposição ao sol derrete cerca de 10 centímetros de gelo.

A situação foi agravada pela escassez de precipitação no último inverno, causada por mudanças no fluxo da corrente de jato e na circulação atmosférica. As montanhas ficaram secas durante a estação em que mais precisavam acumular neve.

Um episódio simbólico dessa crise ocorreu no início de junho, quando o colapso da geleira Birch, na Suíça, destruiu parte do vilarejo de Blatten.

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O caso evidenciou o avanço da emergência climática nos Alpes, região que já perdeu mais massa glacial do que qualquer outra no planeta.

Muitos dos impactos sobre as geleiras austríacas já são irreversíveis. As geleiras do leste alpino estão condenadas a desaparecer, segundo especialistas.

E os riscos não param por aí. No curto prazo, o derretimento acelerado pode provocar deslizamentos de rochas, enchentes e colapsos de gelo sob o peso de detritos acumulados.

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No longo prazo, paradoxalmente, o próprio aquecimento global pode reduzir certos riscos.

A Europa é hoje o continente que mais rapidamente se aquece. Nos últimos verões, o ponto de congelamento ultrapassou os 5.000 metros de altitude — o que compromete até as maiores geleiras da região.

A Aletsch, maior geleira dos Alpes, na Suíça, atinge pouco mais de 4.000 metros. Já o Mont Blanc, ponto mais alto da cadeia alpina, entre a França e a Itália, alcança 4.800 metros.

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A expectativa entre os glaciologistas é que o verão de 2025 registre derretimento recorde nos Alpes orientais, um processo do qual muitas geleiras talvez nunca se recuperem.

Cientistas usam drones para mapear geleira de Schmiedingerkees, em Kaprun, na Ástria
Cientistas usam drones para mapear geleira de Schmiedingerkees, em Kaprun, na Ástria (Getty/Getty Images)
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