Namorados: Assine Digital Completo por 5,99

Cientistas e líderes mundiais alertam para ‘colapso’ e pedem fim da pesca no Oceano Antártico

Campanha 'Our Antarctica' (Nossa Antártica, em português) deu seu pontapé inicial na Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano, em Nice, na França

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 jun 2025, 10h00 - Publicado em 10 jun 2025, 09h58

Uma coalizão internacional de cientistas, ativistas e líderes lançou nesta terça-feira, 10, a campanha Our Antarctica (Nossa Antártica, em português), que pede o fim da pesca de krill, conjunto de espécies de animais invertebrados parecidos com camarão, para evitar o “colapso” do Oceano Antártico. A iniciativa deu seu pontapé inicial na Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano, em Nice, na França.

O evento conta com a presença de cientistas, representantes da sociedade civil e autoridades de alto nível da América Latina, África e Pacífico. Além da publicação de um relatório, o filme All Eyes on Antarctica, que inclui relatos de importantes defensores do Antártico, será exibido pela primeira vez no encontro da ONU.

Apoiada pelo ator britânico Benedict Cumberbatch, a campanha critica a Convenção para a Conservação dos Recursos Marinhos Vivos da Antártica (CCAMLR), criada em 1982, por estar “falhando em seu dever de proteger o ecossistema marinho da região”. Em relatório, a Our Antarctica indicou que “a CCAMLR não estabeleceu nenhuma nova Área Marinha Protegida (AMP) em quase uma década, além de permitir a expansão insustentável da pesca industrial de krill”.

“O Oceano Antártico é um dos últimos lugares realmente selvagens que restam na Terra. Não podemos assistir passivamente e arriscar perdê-lo, especialmente quando sabemos o que precisa ser feito para protegê-lo. Se agirmos agora, a Antártica e sua vida selvagem podem se recuperar. Devemos protegê-la da exploração antes que seja tarde demais”, disse a renomada oceanógrafa Sylvia Earle, que lidera a iniciativa, em comunicado.

+ Nove em cada dez brasileiros consideram aumento do nível do mar uma ‘ameaça’, diz pesquisa

Desequilíbrio e extinção

O documento insta a Convenção tomar quatro atitudes: fechar o Oceano Antártico à pesca de krill, estabelecer a Área Marinha Protegida da Península Antártica, reformar a CCAMLR para garantir que seu mandato de conservação seja implementado e proteger pelo menos 30% das águas da Antártica até 2030, em linha com metas globais.

Continua após a publicidade

O estudo também indica que o krill representa 70% e 96%, respectivamente, das calorias consumidas por aves marinhas e mamíferos marinhos, incluindo pinguins, baleias, focas e lobos-marinhos. A sua extinção, que pode ocorrer até 2100, levará ao desequilíbrio da cadeia alimentar e, por consequência, ao fim de uma série de espécies. Em 2023, a Noruega foi responsável por 67,2% da captura total de krill, seguida pela China (17,1%), Coreia do Sul (8,4%), Chile (4,4%) e Ucrânia (2,8%).

“O krill, especialmente a espécie Euphausia superba, é a base de sustentação de todo o ecossistema do Oceano Antártico. Embora pequenos, eles, e o fitoplâncton que consomem, são fundamentais para a cadeia alimentar antártica. Em sua ausência, espécies como pinguins, focas e a icônica baleia-azul não sobreviveriam”, apontou o relatório.

“O krill também desempenha um papel vital na regulação do clima global, ajudando a armazenar carbono nas profundezas do oceano. No entanto, está sendo extraído em grandes volumes para ração animal, alimentação de peixes em cativeiro e suplementos alimentares — forçando a vida selvagem a competir com embarcações industriais”, acrescentou o texto.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês*
ESPECIAL NAMORADOS

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.