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Cidade em chamas: Russos intensificam os ataques em Bakhmut, na Ucrânia

Segundo o presidente ucraniano, a situação na cidade se torna 'cada vez mais difícil'

Por Da Redação
28 fev 2023, 16h31

Em mais uma ofensiva da campanha de uma semana para cercar e capturar a cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia, as forças russas fizeram avanços nesta terça-feira, 28. A situação foi descrita pelo comandante das tropas terrestres ucranianas, coronel Oleksandr Syrsky, como “extremamente tensa”.

“Apesar das perdas significativas, o inimigo lançou as unidades de assalto mais preparadas do grupo mercenário Wagner, que estão tentando romper as defesas de nossas tropas e cercar a cidade”, declarou o general Syrskyi.

Recentemente, os esforços russos para capturar a cidade industrial se intensificaram, com as tropas ganhando terreno. Imagens transmitidas pela agência de notícias estatal russa RIA mostrou caças russos Su-25 voando sobre Bakhmut.

“Estamos felizes por eles serem nossos”, afirmou um homem no clipe identificado como um combatente do grupo Wagner, acrescentando que os jatos os ajudaram “psicologicamente”.

Caso a Rússia consiga tomar Bakhmut, palco de algumas das batalhas mais sangrentas da guerra, seria o primeiro grande prêmio do país em mais de seis meses. A conquista também abriria caminho para tomada dos centros urbanos remanescentes na região de Donetsk, uma das quatro regiões reivindicadas por Moscou além de Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia.

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Atualmente, os soldados russos e os mercenários do grupo Wagner tentam cortar as linhas de abastecimentos dos defensores ucranianos para forçá-los a se render ou se retirar. Segundo o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o cenário da cidade na linha de frente oriental está se tornando “cada vez mais difícil”.

“O inimigo está constantemente destruindo tudo o que podemos usar para proteger nossas posições”, acrescentou Zelensky.

Os militares da Ucrânia comentaram que a Rússia estava bombardeando assentamentos em torno de Bakhmut. A população da cidade pré-guerra era de cerca de 70 mil, mas agora a região se encontra em ruínas após meses de intensas batalhas de trincheiras.

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Um soldado não identificado da 93ª Brigada Mecanizada Separada da Ucrânia fez uma observação desafiadora no aplicativo de mensagens Telegram enquanto explosões ocorriam no fundo.

“28 de fevereiro, na cidade de Bakhmut. A cidade está em chamas, o inimigo está pressionando. [E dizem que] tudo vai ser da Ucrânia…”, disse.

Porém, um repórter da agência de notícias Reuters que visitou a área nesta segunda-feira, 28, disse não ter visto nenhum sinal que indicasse a retirada das forças ucranianas e que reforços estavam chegando apesar dos constantes bombardeios russos.

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“No último dia, nossos soldados repeliram mais de 60 ataques inimigos”, afirmaram militares da Ucrânia no início desta terça-feira, acrescentando que os ataques russos também foram repelidos nas aldeias de Yadhidne e Berkhivka, ao norte de Bakhmut.

Nesta terça-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, instruiu os funcionários do Serviço Federal de Segurança (FBS) – sucessora da KGB da era soviética – para reforçarem as quatros regiões que atualmente são parcialmente controladas por suas tropas. Além disso, Putin também pediu à FBS para conter as crescentes operações de espionagem e sabotagem contra Rússia pela Ucrânia e pelo Ocidente.

“Os serviços de inteligência ocidentais tradicionalmente sempre trabalharam ativamente na Rússia, e agora eles lançaram pessoal adicional, recursos técnicos e outros contra nós”, disse Putin, que é um ex-agente da KGB.

Um governador regional russo afirmou que um drone caiu perto de uma estação de distribuição de gás natural nesta terça-feira, em uma aparente tentativa de ataque na cidade de Kolomna, sudeste de Moscou.

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Até o momento, a Ucrânia não assumiu publicamente a responsabilidade pelos ataques dentro da Rússia. Caso o país estivesse por trás do incidente de Kolomna, seria uma tentativa de ataque de drone mais próxima à capital russa desde o início da invasão na Ucrânia pela Rússia, há mais de um ano atrás.

No entanto, anteriormente o Ministério da Defesa da Rússia também acusou a Ucrânia de duas tentativas de ataques com drones contra duas regiões do sul da Rússia durante a noite. Os supostos ataques não teriam causado danos.

Moscou também está sendo pressionada pelo degelo da primavera, que pode arruinar os planos dos exércitos de atacar a Ucrânia e o oeste da Rússia, transformando estradas em rios e campos em pântanos.

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As forças Russas restabelecidas por centenas e milhares de recrutas conseguiram intensificar os ataques ao longo de toda frente oriental, mas, segundo a Ucrânia, a investida teve alto custo. Sem data prevista, espera-se que uma contra-ofensiva seja iniciada por Kiev.

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De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, Moscou estaria aberta para negociações de paz com apenas uma exigência: que Kiev e seus aliados ocidentais aceitassem a anexação de quatro regiões ucranianas reivindicadas pela Rússia nos referendos feitos em setembro passado. Na ocasião, estes referendos foram considerados fraudulentos pela Ucrânia e seus aliados.

“A constituição da Federação Russa existe e não pode ser ignorada. A Rússia nunca será capaz de transigir nisso, essas são realidades importantes”, disse Peskov a repórteres.

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Embora Moscou não tenha conseguido tomar Kiev no início da guerra e apesar dos muitos contratempos no campo de batalha, a Rússia ainda controla cerca de um quinto do território ucraniano.

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