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CIA admite que espionou computadores de senadores dos EUA

Após investigação interna, a agência de inteligência confirmou suspeita de senadores e pediu desculpas pelo ocorrido. Casa Branca defende diretor da CIA

Por Da Redação
31 jul 2014, 16h12

A Agência Central de Inteligência americana (CIA, na sigla em inglês) admitiu nesta quinta-feira que invadiu ilegalmente computadores da Comissão de Inteligência do Senado dos Estados Unidos, reporta o jornal The New York Times (NYT). Em um comunicado lido por um porta-voz da CIA, a agência, depois de uma investigação interna, concluiu que “agiu de forma inadequada” acessando os computadores. Na mesma declaração, John O. Brennan, diretor da CIA, pede desculpas aos membros da comissão e informa que ele pretende criar um grupo para analisar o assunto e punir os responsáveis. O conselho será liderado pelo ex-senador democrata Evan Bayh.

O relatório interno da agência de inteligência foi assinado por David Buckley, inspetor-geral da CIA. Segundo o NYT, funcionários envolvidos no caso relataram que houve uma reunião tensa no início desta semana, quando o diretor Brennan informou aos senadores Dianne Feinstein (democrata da Califórnia) e Saxby Chambliss (republicano da Geórgia) sobre a comprovação da espionagem ilegal. Ainda de acordo com fontes ouvidas pelo jornal, Dianne, que preside a Comissão de Inteligência do Senado, confrontou Brennan sobre declarações públicas anteriores sobre o tema, em que o diretor negava a espionagem e defendia a agência.

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A acusação de que a CIA espionava computadores de congressistas surgiu em março, quando a senadora Dianne Feinstein revelou ter fortes indícios de que o trabalho legislativo estava sendo monitorado ilegalmente. Segundo Dianne, a agência invadiu computadores e removeu arquivos armazenados por senadores, o que infringe leis federais e viola os direitos constitucionais garantidos aos congressistas. Para a senadora, a ação foi uma tentativa de intimidar os membros da comissão, que investigavam abusos cometidos por agentes da CIA durante interrogatórios.

O relatório final da comissão foi divulgado em abril, e os senadores concluíram que a CIA enganou o governo e os cidadãos sobre aspectos de seus programas de detenção e interrogatórios. As investigações, que começaram em 2009, cobrem períodos da presidência de George W. Bush (2001 – 2009) e de Barack Obama. De acordo com os senadores, o programa de interrogatórios da CIA rendeu poucas informações de inteligência úteis. Os congressistas também concluíram que esse material, em seguida, teve sua importância exagerada para que o programa de interrogatórios parecesse mais eficaz do que realmente era. A CIA também escondeu detalhes sobre a brutalidade de seus métodos, que incluíam técnicas de tortura proibidas por convenções internacionais.

A Casa Branca, nesta quinta, defendeu publicamente a atuação de Brennan, afirmando que ele agiu corretamente para resolver a situação, inclusive sugerindo uma investigação. Questionado se o governo se preocupa sobre um possível impacto do caso na credibilidade de Brennan, Josh Earnest, secretário de imprensa da Casa Branca, respondeu: “Nem um pouco”. Earnest afirmou que Brennan tem desempenhando um “papel fundamental” ajudando o governo dos Estados Unidos a destruir a liderança da Al Qaeda no Afeganistão e Paquistão. “Ele [Brennan] é alguém que tem um trabalho muito difícil, que faz esse trabalho extraordinariamente bem”, concluiu o secretário.

O senador Mark Udall, democrata do Colorado e membro da Comissão de Inteligência, disse no Twitter que o relatório “mostra John Brennan enganando o público”. Em um comunicado, Udall informou que ele estava preocupado com o fato de Brennan ter “incapacidade de encontrar eventuais falhas na agência que dirige”. O senador também pediu para o governo nomear um advogado independente para explorar as possíveis violações da Constituição, bem como do código penal.

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