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China pediu para Rússia esperar fim de Olimpíada para invadir Ucrânia

Em nota ao New York Times, que cita relatório da inteligência, porta-voz chinês disse que afirmações são 'especulação' e teriam objetivo de 'difamar' Pequim

Por Redação Atualizado em 2 mar 2022, 19h50 - Publicado em 2 mar 2022, 18h48

Um relatório de um serviço de inteligência ocidental afirma que autoridades chinesas pediram no início de fevereiro a autoridades russas para que Moscou não invadisse a Ucrânia antes do fim dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, em 20 de fevereiro, relatou o jornal New York Times, citando fontes do governo dos Estados Unidos e de países europeus.

Os Jogos de Pequim terminaram no dia 20 e, no dia seguinte, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou o envio de tropas para áreas controladas por grupos pró-Moscou no leste da Ucrânia e reconhecidas por ele como independentes pouco antes. Três dias depois, no dia 24, a ampla invasão por terra, mar e ar teve início com ataques a cidades ucranianas com mísseis balísticos, tanques e artilharia pesada.

De acordo com o relatório, autoridades de Pequim tinham algum nível de conhecimento sobre as intenções de invasão da Rússia à Ucrânia. Na cerimônia de abertura dos Jogos, em 4 de fevereiro, Putin se encontrou com o presidente chinês, Xi Jinping, mas o relatório afirma que não é possível precisar se os dois debateram o assunto pessoalmente.

+ Ucrânia pede mediação da China para tentativa de cessar-fogo com Rússia

Segundo o jornal, o relatório confidencial que cita a conversa entre as autoridades chinesas e russas foi coletado por um serviço de inteligência ocidental e foi considerado plausível por autoridades que o revisaram. Ao NYT, uma autoridade familiarizada com o assunto disse que o material não indica necessariamente que as conversas sobre uma invasão tenham ocorrido entre Xi e Putin. Outros funcionários comentaram sobre o relatório sob condição de anonimato.

Autoridades americanas e europeias, no entanto, disseram ser difícil acreditar em uma coincidência no que diz respeito ao momento da invasão. Durante os últimos meses, a Rússia já vinha transferindo unidades militares de sua fronteira com a China e outras partes do leste para a fronteira com a Ucrânia, em preparação a uma eventual invasão.

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Nos últimos anos, os dois países também intensificaram questões econômicas. O comércio bilateral entre China e Rússia cresceu 33,6%, alcançando 140 bilhões de dólares, em 2021, em comparação com 2020.

Poucas horas antes da cerimônia, Putin e Xi formalizaram uma aliança global com viés anti-Ocidente. Em um documento contra o que chamaram de “interferência em assuntos internos” de outros Estados, os líderes declararam oposição a qualquer expansão da Otan, principal aliança militar ocidental e alvo de boa parte das críticas da Rússia. 

Durante anúncio da parceria, cuja declaração afirmava que estabeleceriam uma nova ordem global com verdadeira “democracia”, Putin alertou que uma eventual adesão da Ucrânia à Otan seria uma ameaça não apenas à Rússia, “mas também a todos os países do mundo”. De acordo com ele, uma Ucrânia próxima ao Ocidente poderia ocasionar uma guerra para recuperar a Crimeia – território anexado pelo governo russo em 2014 –, levando a um conflito armado.

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Em nota ao jornal, o porta-voz da embaixada chinesa nos EUA, Liu Pengyu, disse que as afirmações são “especulação sem nenhuma base, com a intenção de culpar e difamar a China”.’

Desde o início da guerra entre Moscou e Kiev, autoridades chinesas vêm se mostrando consistentemente alinhadas com a Rússia.

Na terça-feira, 1, a China disse “lamentar” as mortes na Ucrânia e definiu a situação atual como “indesejável”, mas não reconheceu a ação russa como invasão. Ao invés disso, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, afirmou que o conflito tem uma “história e realidade complicados” e que apoia “todos os esforços diplomáticos”. 

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Apesar disso, também na terça-feira, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dymtro Kuleba, disse ao chanceler da China, Wang Yi, que o país está pronto para continuar as negociações com a Rússia e quer a mediação do governo chinês para conseguir um cessar-fogo.

O pedido feito pelo ministro ucraniano aconteceu um dia após representantes de Moscou e Kiev se encontrarem em Belarus para uma rodada de negociações. Apesar de não terem anunciado avanços claros ou significativos, os representantes concordaram em marcar uma segunda data para reuniões após voltarem a suas capitais para discutir os principais pontos da conversa, que, segundo a Presidência ucraniana, teria como objetivo principal a negociação de um cessar-fogo imediato e a retirada de tropas russas de território ucraniano.

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